Você está visualizando atualmente Bancários realizam a maior greve da história após a redemocratização do país
No projeto, fica evidente que a intenção é impedir o exercício da greve pela categoria. Foto: Leandra Haerdrich (SEEB-AC)

Bancários realizam a maior greve da história após a redemocratização do país

  • Autor do post:
  • Categoria do post:Notícias

A greve nacional dos bancários, a maior após a redemocratização do país, com duração de 31 dias, paralisou o maior número de unidades de sua história, com quase 13.500 agências.

A paralisação iniciou dia 6 de setembro e terminou somente dia 6 de outubro, após aprovação da maioria das assembleias as quais aceitaram a proposta apresentada dia 5/10 pela Fenaban (8% de reajuste salarial para esse ano, mais abono de R$ 3.500, com garantia de reposição da inflação (INPC) mais aumento real de 1% em 2017).

Grevista concentrados na porta da Caixa Econômica Federal. Foto/Leandra Haerdrich(SEEB-AC)
Grevista concentrados na porta da Caixa Econômica Federal, localizada na Avenida Brasil , centro de Rio Branco. Foto/Leandra Haerdrich(SEEB-AC)

Na base sindical acreana, 49 unidades da capital e interior (agências/postos de atendimento) aderiram à paralisação de um total de 69 unidades.

Em mais um dia de greve, grevistas fazem piquete na porta da agência da Caixa Econômica. Foto/arquivo SEEB-AC
Em mais um dia de greve, grevistas fazem piquete na porta da agência da Caixa Econômica. Foto/arquivo SEEB-AC

No decorrer da greve, além da categoria enfrentar o poderio dos banqueiros e o silêncio da grande mídia, chegou a enfrentar inúmeras ações políticas e jurídicas movidas pela OAB, inclusive, aqui no Acre. A entidade classista que era para defender o direito dos trabalhadores tentou furar o movimento grevista com a exigência de pagamento de alvarás judiciais, serviço esse realizado somente na boca do caixa. Houve resistência do movimento e o fato acabou ganhando repercussão na mídia.

Avaliação

Na avaliação do presidente do Sindicato dos Bancários do Acre, Edmar Batistela, a greve foi duríssima e a proposta apresentada não foi bem à almejada pela categoria. Foto/Leandra Haerdrich (SEEB-AC)
Na avaliação do presidente do Sindicato dos Bancários do Acre, Edmar Batistela, a greve foi duríssima e a proposta apresentada não foi bem à almejada pela categoria. Foto/Leandra Haerdrich (SEEB-AC)

Na avaliação do presidente do Sindicato dos Bancários do Acre, Edmar Batistela, a greve, a maior após a redemocratização do país, foi duríssima e a proposta apresentada não foi à almejada pela categoria, apesar de alguns avanços, como no reajuste da cesta alimentação/refeição e licença paternidade, Porém, era necessário levar em conta a conjuntura do país.

FRASE

betao“Se o acordo não é o dos nossos sonhos, está longe também de ser a derrota que os banqueiros desejavam nos impor”

Roberto von der Osten, presidente da Contraf/CUT

 

Bancários assinam CCT e bancos creditam PLR e abono; Diferenças começam a ser pagas

Em 2017, categoria terá reajuste pelo INPC mais 1% de aumento real nos salários e em todas as verbas

O Comando Nacional dos Bancários, integrado pela Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN), assinou com a Fenaban dia 13/10, , em São Paulo, a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) aprovada nas assembleias do dia 6/10 de outubro após 31 dias de greve, que estabelece para 2016 reajuste de 8% mais abono de R$ 3.500, 15% na cesta-alimentação e 10% no vale-refeição e no auxílio creche-babá; e, para 2017, reajuste pelo INPC mais 1% de aumento real nos salários e em todas as verbas. Veja como ficou o acordo

Praça Povos da Floresta foi o reduto dos grevistas do Banco do Brasil e Banco da Amazônia. Foto/Leandra Haerdrich (SEEB-AC)
Praça Povos da Floresta foi o reduto dos grevistas do Banco do Brasil e Banco da Amazônia. Foto/Leandra Haerdrich (SEEB-AC)

Reajuste – 8% de reajuste salarial para esse ano, mais abono de R$ 3.500, com garantia de reposição da inflação (INPC) mais aumento real de 1% em 2017.

Aumento de 15% no vale-alimentação e de 10% no vale-refeição e auxílio-creche/babá em 2016. Em 2017, essas verbas serão reajustadas como os salários (inflação mais 1% de aumento real).

PLR – O modelo vale para a atualização da PLR (8% em 2016; inflação mais 1% de aumento real em 2017), cuja primeira parcela será paga em até 10 dias após a assinatura do acordo com a Fenaban (veja detalhes e regras na imagem abaixo).

Emprego – Criação de um centro de realocação e requalificação profissional, com o objetivo de combater as demissões no setor, cujas regras serão discutidas entre bancos e o Comando Nacional dos Bancários.

Dias parados – Anistia total de todos os dias de greve para os trabalhadores que aprovaram a proposta no dia 6.

Licença-paternidade – Ampliação da licença-paternidade de 5 dias para 20 dias, a partir de 2017, quando o governo federal anunciar o benefício fiscal.

Vale-cultura – Depende do governo federal. Se a legislação for renovada, os bancos manterão o direito.

Grevistas estiveram concentrados na porta da unidade do Banco Itaú/Estação. Foto/Leandra Haerdrich (SEEB-AC)
Grevistas estiveram concentrados na porta da unidade do Banco Itaú/Estação. Foto/Leandra Haerdrich (SEEB-AC)

Itaú e HSBC – No Itaú, junto com a primeira parcela da PLR e o abono, também será pago o PCR. Os créditos foram efetuados dia 21/10. No dia 27 de outubro, o banco pagará a diferença dos vales refeição e alimentação, da 13ª cesta alimentação e as diferenças salariais. Os trabalhadores do HSBC – que teve suas operações no Brasil adquiridas pelo Bradesco – conquistaram o pagamento da PLR pelo Bradesco para os meses de julho, agosto e outubro, que será creditada, a título de antecipação, 10 dias após a assinatura do acordo com a Fenaban, junto com o abono.

Grevistas durante dia de paralisação na agência Itaú, localizada na Mal Deodoro/Centro. Foto: Leandra Haerdrich (SEEB-AC)
Grevistas durante dia de paralisação na agência Itaú, localizada na Mal Deodoro/Centro. Foto: Leandra Haerdrich (SEEB-AC)
Agência do Itaú/Unibanco, localizado próximo ao Mercado do Bosque, também paralisou as atividades. Foto: Leandra Haerdrich
Agência do Itaú/Unibanco, localizado próximo ao Mercado do Bosque, também paralisou as atividades. Foto: Manoel Façanha (SEEB-AC)

O Santander – O banco pagou nesta quinta-feira (20) a antecipação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), diferenças salariais, nos vales e o abono de R$ 3,5 mil. O banco atende às reivindicações de antecipação dos pagamentos enviadas pela Contraf-CUT, Federações e Sindicatos nesta semana.

Agência do Santander ficou fechada durante a paralisação de 31 dias de greve. Foto/Leandra Haerdrich (SEEB-AC)
Agência do Santander ficou fechada durante a paralisação de 31 dias de greve. Foto/Leandra Haerdrich (SEEB-AC)

Bradesco – No Bradesco, a primeira parcela da PLR e o abono foram pagos dia 21/10. No dia 27 de outubro, o banco pagará a diferença dos vales refeição e alimentação. Um dia depois paga as diferenças salariais.

Unidade do Bradesco Bosque esteve fechada durante o período de greve. Foto: Leandra Haerdrich (SEEB-AC)
Unidade do Bradesco Bosque esteve fechada durante o período de greve. Foto: Leandra Haerdrich (SEEB-AC)
Bradesco Mal Deodoro também ficou com as portas fechadas durante a greve nacional. Foto: Leandra Haerdrich (SEEB-AC)
Bradesco Mal Deodoro também ficou com as portas fechadas durante a greve nacional. Foto: Leandra Haerdrich (SEEB-AC)

Caixa Federal

Grevistas concentrados na porta da Caixa Econômica/Bosque. Foto: Manoel Façanha (SEEB-AC)
Grevistas concentrados na porta da Caixa Econômica Federal/Bosque. Foto: Manoel Façanha (SEEB-AC)

Pontos específicos válidos apenas para empregados da Caixa. São adicionais ao garantido via Fenaban

PLR Social – Manutenção por pelo menos dois anos da PLR Social, que corresponde à distribuição linear de 4% do lucro líquido entre os trabalhadores. Como o acordo será assinado em 13 de outubro, a Caixa fará o pagamento das diferenças salariais retroativas de setembro e de 60% da PLR até 20 de outubro.

Firme na luta, grevistas da unidade da Caixa Econômica Federal, da Estação Experimental, em mais um dia de piquete. Foto: Leandra Haerdrich (SEEB-AC).
Firme na luta, grevistas da unidade da Caixa Econômica Federal, da Estação Experimental, em mais um dia de piquete. Foto: Leandra Haerdrich (SEEB-AC).

RH 184 – Acordo prevê dois importantes pontos para a revisão do normativo RH 184. Um deles, a criação de um grupo de trabalho (GT) para discutir e estabelecer, em 30 dias a partir de sua implantação, critérios objetivos de descomissionamento. A intenção é acabar com a arbitrariedade no processo, institucionalizada pelo RH 184, que deixou a decisão aos critérios subjetivos da chefia.

Funcionários da Caixa Econômica Federal terão concessão de 1,6 mil bolsas. Foto/arquivo SEEB-AC
Funcionários da Caixa Econômica Federal terão concessão de 1,6 mil bolsas. Foto/ Leandra  Haerdrich SEEB-AC

Outro ponto será a implantação de comissão paritária para discutir a situação dos caixas. O objetivo é rever a extinção da função, prevista no RH 184, que determinou a substituição de caixas efetivos por caixas minuto.

Promoção por mérito – A evolução por mérito fica assegurada também por dois anos, da mesma forma que o GT que discute o aprimoramento constante dos critérios de promoção.

Bolsa de estudos – Concessão de 1,6 mil bolsas: até 300 para graduação, 500 para pós-graduação e 800 para idiomas.

Licença-amamentação – Assegura às mães empregadas, inclusive adotivas, com filho de idade inferior a 12 meses, dois descansos especiais diários de meia hora cada, facultado à beneficiária a opção pelo descanso único de uma hora.

Vale-cultura – Mantido a quem ganha até oito salários mínimos se o benefício for renovado pelo governo Temer.

A Caixa renovou a cláusula referente ao parcelamento do adiantamento de férias. Foto: Leandra
A Caixa renovou a cláusula referente ao parcelamento do adiantamento de férias. Foto/Leandra Haerdrich (SEEB-AC)

Parcelamento do adiantamento de férias – A Caixa renovará a cláusula referente ao parcelamento do adiantamento de férias em até 10 parcelas mensais.

Saúde Caixa – Manutenção do GT Saúde do Trabalhador, do Saúde Caixa e da mesa permanente de negociação; trazendo para a pauta a discussão dos impactos decorrentes da implantação de novos processos de trabalho.

Fim das metas abusivas – A Caixa se comprometeu a discutir com o movimento sindical questões relativas ao estabelecimento, cobrança, dimensionamento e avaliação de desempenho das metas, fatores de grande adoecimento na categoria bancária.

Fim do tesoureiro minuto – O banco ratificou o cancelamento de comunicado interno que estabelecia que os tesoureiros só seriam designados em caráter de tesoureiro minuto.

Reestruturação – A empresa se comprometeu a discutir em mesa permanente, reestruturação, remodelagem e outras mudanças. Entre elas as que hoje ameaçam as Gerências de Reestruturação e Retaguarda (Direts).

Banco do Brasil

Pelo novo acordo a partir de janeiro de 2017 ocorrerá promoções no Banco do Brasil. Foto: Leandra
Pelo novo acordo a partir de janeiro de 2017 ocorrerá promoções no Banco do Brasil. Foto: Leandra Haerdrich (SEEB-AC)

Pontos específicos válidos só para funcionários do BB. São adicionais ao garantido via Fenaban

PLR – Manutenção do modelo semestral de PLR, composto pelo Módulo Fenaban – um valor fixo (a ser divulgado pelo BB) mais 45% do salário paradigma – e Módulo BB, integrado por montante variável, além da distribuição linear de 4% do lucro líquido entre todos os bancários. O crédito foi efetuado dia 14/10.

Dias parados – Anistia total de todos os dias de greve para os trabalhadores que aprovaram a proposta no dia 6.

Funcionários do Banco do Brasil em mais um dia de greve na Praça Povos da Floresta. Foto: Leandra Haerdrich (SEEB-AC)
Funcionários do Banco do Brasil em mais um dia de greve na Praça Povos da Floresta. Foto: Leandra Haerdrich (SEEB-AC)

Ausências permitidas – Dois dias ao ano – podendo ser fracionados em horas – para acompanhar filhos com até 14 anos de idade a consultas médicas e odontológicas, e para participar de reuniões escolares. Mesmo critério será adotado para acompanhar filhos com deficiência, sem limite de idade. A mesma regra vale para que bancários com deficiência possam fazer reparos ou manutenção de próteses ou órteses.

Na assembleia ocorrida dia 6/10, a maioria dos funcionários do Banco do Brasil aprovou a proposta da Fenaban. Foto: Manoel Façanha (SEEB-AC)
Na assembleia ocorrida dia 6/10, a maioria dos funcionários do Banco do Brasil aprovou a proposta da Fenaban. Foto: Manoel Façanha (SEEB-AC)

Gerentes – Alteração do critério de 66,6% para 70% no módulo Avançado e recuo de 33,3% para 30% no módulo Básico nas agências. Na prática, essa mudança possibilita, a partir de janeiro de 2017, que até 795 funcionários em cargos de gerência sejam promovidos.

Mesas temáticas – Questões relacionadas à igualdade de oportunidades, readequação de quadros na Ditec/DAT-SP (Diretoria de Tecnologia) e BB Digital serão discutidas em mesas temáticas. O prazo da conclusão dos trabalhos é de 180 dias após a assinatura do acordo.

Entidades sindicais assinam ajuste preliminar ao ACT 2016/2018 do Banco da Amazônia

No Banco da Amazônia, a licença paternidade de 20 dias  já vale e o abono integral dos dias parados também está garantido. Foto: Leandra
No Banco da Amazônia, a licença paternidade de 20 dias já vale e o abono integral dos dias parados também está garantido. Foto: Leandra Haerdrich (SEEB-AC)
Funcionários do Banco da Amazônia concentrado para mais um dia de greve na Praça Povos da Floresta. Foto: Leandra Haerdrich
Funcionários do Banco da Amazônia e do Banco do Brasil durante concentração para mais um dia de greve na Praça Povos da Floresta. Foto: Leandra Haerdrich

Com a assinatura do ajuste preliminar ao Acordo Coletivo de Trabalho 2016/2018 do Banco da Amazônia realizada na tarde desta sexta-feira (14), na matriz do Banco, pelo Sindicato dos Bancários do Pará, Sindicato dos Bancários de Brasília, Fetec-CUT Centro Norte, Contraf-CUT e sindicatos filiados, estão assegurados oficialmente todas as conquistas da Campanha Nacional 2016 aprovadas em assembleia no último dia 6 de outubro, quando encerrou o movimento de greve que durou 31 dias na instituição.

O diretor sindical Jorge Luiz, do Banco da Amazônia, concede entrevista a respeito da greve nacional. Foto: Leandra Haerdrich (SEEB-AC)
O diretor sindical Jorge Luiz, do Banco da Amazônia, concede entrevista a respeito da greve nacional. Foto: Leandra Haerdrich (SEEB-AC)

O banco creditou no último sábado (8) o abono pecuniário líquido de R$ 3.500,00, sendo que os descontos de imposto de renda sobre o mesmo ocorrerão na folha de outubro. Nesta sexta, as diferenças de tíquete já foram creditadas no cartão dos empregados. A licença paternidade de 20 dias também já vale a partir de hoje e o abono integral dos dias parados também está garantido.

Adiantamento de PLR – No primeiro dia útil após a reunião dos acionistas do Banco da Amazônia, prevista para ocorrer em novembro, mas sem data confirmada, o banco se comprometeu em creditar os R$ 400,00 referentes à antecipação da PLR.