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Crédito: Marcelo Hailer

‘Se preciso, faremos uma greve nacional’, diz Vagner Freitas, presidente da CUT

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Na Avenida Paulista, os militantes e dirigentes sindicais que fazem na capital o Dia Nacional de Paralisação contra o PL 4330 estão diante da sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), à espera dos movimentos sociais que vêm em passeata desde outro ponto da cidade, o Largo da Batata, no bairro de Pinheiros.

Temos a missão de lembrá-los que a maioria do povo não está no Congresso, mas nas ruas, que ocupamos hoje em todo o Brasil. Nós chamamos esta manifestação em menos de uma semana e muitos diziam que seria fraca. Eles não conhecem nossa companheirada.

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, justificou a vaia que os militantes deram ao presidente da federação patronal, Paulo Skaf. “Se o 4330 do jeito que está redigido seguir adiante e for aprovado pelos senadores, acabou a CLT. O projeto não é terceirização, companheiros. É mentira do Skaf”, disse.

Ele criticou também duramente a maioria dos deputados que aprovaram o PL e, em especial, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ). “Nem a ditadura militar ousou em retirar o direito dos trabalhadores com um corte tão profundo como quer fazer o ditador Eduardo Cunha”.

Vagner lançou um alerta aos parlamentares: “Temos a missão de lembrá-los que a maioria do povo não está no Congresso, mas nas ruas, que ocupamos hoje em todo o Brasil. Nós chamamos esta manifestação em menos de uma semana e muitos diziam que seria fraca. Eles não conhecem nossa companheirada”, afirmou.

“Hoje, em todo o Brasil, demos muito prejuízo aos patrões, parando bancos, fábricas, comércio, refinarias… Só assim eles nos entendem, quando mexemos no bolso deles”, completou.

Para Vagner, o fato de o PSDB ontem ter decidido votar contra a terceirização da atividade-fim no serviço público é um sinal claro de que o debate chegou à maioria da opinião pública. “Agora os inimigos dos trabalhadores, o setor patronal nas empresas e no Congresso, não podem mais negar que o projeto não é para regulamentar a terceirização, e sim para acabar com os direitos”. E lançou: “Se preciso, faremos uma greve nacional para derrubar esse projeto”.

Adi dos Santos Lima, presidente da CUT-SP, lembrou que os ataques aos trabalhadores são uma constante. Mas a CUT sempre estará presente para lutar contra e impedir. “Esse projeto significa a destruição do tecido social brasileiro. Não é possível que a sociedade compre uma ideia como essa. Não é a primeira vez que tentam destruir as relações de trabalho no Brasil. Terceirizar é precarizar, é trocar o emprego pelo aumento da margem de lucro dos patrões. Por isso, não vamos deixar que esse projeto seja viabilizado. Continuaremos nas ruas”.

Grandes bonecos caricaturando os deputados Eduardo Cunha, o Paulinho da Força (SD/SP) e o representante patronal Skaf desfilavam na porta da Fiesp, à espera do momento em que seriam – como foram – incinerados pelos manifestantes, em forma de protesto. O boneco de Cunha foi queimado por Nelson Canesin, militante histórico da CUT. Ele havia sido covardemente agredido pela polícia do Distrito Federal durante protesto contra o 4330 no último dia 7, diante do Congresso.

Do outro lado da avenida, a Central Movimentos Populares e a Frente de Luta por Moradia fizeram atos por mais habitações populares e também contra a retirada de direitos, em especial contra o PL 4330. De lá, dirigiram-se à sede da Caixa Econômica Federal, na mesma avenida, para dar sequência ao protesto.

Presente à mobilização, o dirigente do MST Gilmar Mauro afirmou que esta é mais uma etapa de uma jornada de lutas que haverá em 2015. “Fizemos várias paralisações Brasil afora e isso só o início, pois temos nossa jornada em função do dia 17 de abril, lembrando o massacre de Eldorado dos Carajás. E o PL 4330 é algo que vamos combater com todas as forças”, disse.

Fonte: CUT Nacional