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Lucro dos grandes bancos crescerá 19,8% no 1º trimestre de 2015

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Ainda em meio a incertezas sobre as reservas para possíveis perdas com crédito, analistas preveem que os quatro maiores bancos no Brasil com ações listadas na bolsa vão divulgar lucro líquido conjunto de R$ 14,2 bilhões no
primeiro trimestre. Se a projeção se concretizar, Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander Brasil terão alcançado resultado 19,8% maior em relação ao mesmo período do ano passado.

Os dados compilados pelo Valor levam em consideração a média das estimativas de seis casas e excluem itens não recorrentes das demonstrações financeiras dos bancos. Por esses cálculos, o lucro de cada
uma das instituições teria alta na casa de dois dígitos na comparação anual.

“Acreditamos que os bancos brasileiros vão continuar a entregar resultados saudáveis”, escreve a equipe de análise do Deutsche Bank em relatório. Em linhas gerais, por mais um trimestre, o resultado das principais instituições financeiras do país será pautado por controle de custos, além de receitas de serviços e margens financeiras mais resilientes.

Para o crédito, principal produto dos bancos, é sobretudo o efeito cambial que guiará a expansão das carteiras, já que os bancos estão cautelosos nos desembolsos. Os empréstimos a empresas vão apresentar expansão maior por
causa da desvalorização do real.

Sinais de deterioração da qualidade dos ativos dos bancos já devem despontar nesta safra de balanços, que tem início amanhã com a divulgação do Santander. Em relatórios, os analistas são unânimes em afirmar que as
despesas com provisão para créditos duvidosos vão acelerar, mas sem ofuscar a última linha da demonstração financeira. “Já estamos em um ciclo de provisões para perdas com crédito, mas que deve ser modesto”, diz o Citi.

Muitos analistas atribuem essas perdas a um fator mais sazonal, dado que o início do ano costuma mostrar calote mais acentuado, à medida que os consumidores começam o ano mais endividados.

Essa, porém, é a grande incógnita do trimestre. A equipe de analistas do Credit Suisse alerta os investidores que suas projeções de resultado podem sofrer alterações significativas. A discrepância ocorrerá se, preventivamente, os bancos optarem por elevar as provisões para os empréstimos concedidos a grandes empresas.

Algumas pistas do que pode vir pela frente vão aparecer no índice de inadimplência. As análises apontam, por exemplo, uma piora do índice de atrasos anteriores a 90 dias, puxada pelas carteiras de crédito para empresas.

Nada, porém, que impeça, por ora, os bancos brasileiros de lucrarem mais. Segundo os dados compilados pelo Valor, o principal crescimento de resultado promete ser do Itaú, cujo lucro deve alcançar R$ 5,59 bilhões no
trimestre, com alta de 23,4% em relação aos primeiros três meses do ano passado.

De acordo com a equipe do Credit Suisse, o maior banco privado do Brasil terá resultado de R$ 1,12 bilhão com operações de tesouraria, sendo que mais da metade disso vem de benefícios gerados pela variação cambial. Em
seus cálculos, os analistas da corretora tomaram como base as posições do Itaú no último trimestre do ano passado.

O Bradesco terá lucro líquido de R$ 4,24 bilhões no primeiro trimestre, o que representa alta de 22,1% na comparação anual. A equipe do Goldman Sachs avalia que, apesar da expectativa de que as despesas com provisão cresçam “considerável e sequencialmente”, as receitas com serviços e as margens financeiras devem garantir lucro maior.

No caso do Santander, as projeções das seis casas consultadas apontam, na média, crescimento de 17,9%, para R$ 1,41 bilhão. Entretanto, os analistas divergem em relação ao que acontecerá com a margem financeira do banco.
Para o BB, as projeções mostram lucro de R$ 2,98 bilhões, com expansão de 11,4% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. O HSBC diz enxergar “iniciativas para cristalizar o capital”, como a recente parceria
com a Cielo e a desaceleração no crescimento do estoque de empréstimos. A previsão é que o banco mostre recuperação das margens, mas ainda de forma defasada na comparação com as instituições privadas.

Fonte: Valor Econômico – Carolina Mandl