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Em contradição com nova estratégia propagada pelo banco, baseada naquilo que o cliente quer e precisa, gestão segue com pressão excessiva para o cumprimento de metas abusivas na venda de produtos.

Santander, o que pode fazer pelos bancários?

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Por Rodolfo Wrolli

São Paulo – O Santander está penalizando, por meio de advertências escritas, bancários que tiveram suas vendas canceladas por clientes. A denúncia foi feita por diversos funcionários ao Sindicato, que aponta a cobrança excessiva por metas abusivas como responsável pelo problema. A representação da categoria mantém canal de denúncias contra o assédio moral (clique aqui) que garante o sigilo absoluto da vítima.

“O Santander continua com uma gestão equivocada que provoca adoecimento tanto pela cobrança exacerbada por resultados quanto pela ameaça constante de demissão caso o funcionário não atinja as metas estipuladas. E, ainda por cima, somos penalizados se o cliente cancelar algum produto”, denuncia a dirigente sindical e funcionária do Santander Wanessa Queiroz. “A prática está inclusive em desacordo com a nova estratégia alardeada pelo marketing do banco, baseada nas necessidades do cliente e cujo mote é ‘o que a gente pode fazer por você hoje?’.”

O depoimento de uma gerente reforça a avaliação de Wanessa. “Nós somos excessivamente cobrados para vender produtos e ainda tem uma tabela que compara o que foi vendido versus o que foi cancelado”, relata. “Com isso os funcionários que tiveram cancelamentos são expostos nas reuniões com o diretor de rede”, acrescenta.

O Santander assinou acordo aditivo (clique aqui) se comprometendo a coibir a exposição dos funcionários em rankings, seja em reuniões diárias, via e-mail ou em áudio conferências.
As advertências foram confirmadas pelo banco “em casos pontuais”, alegando que o bancário é repreendido se o cliente cancelar o contrato em um período menor de três meses de vigência.

“O bancário não tem poder sobre a decisão do cliente, portanto não pode ser penalizado pelo cancelamento do produto”, critica Wanessa. “Nós sofremos uma cobrança absurda para dar um resultado exorbitante ao banco, e diante de toda essa pressão ainda temos nos preocupar se o cliente vai manter a contratação do produto.”

Segundo a gerente entrevistada, a cobrança diária por metas é uma dos responsáveis por um quadro que gera aumento da pressão, assédio moral e adoecimento. “Conheço gente que está muito abalada emocionalmente por causa das metas, não consegue nem dormir à noite, está indo ao psiquiatra e tomando tranquilizante para aguentar”, relata.

“O Santander penaliza bancários e clientes com uma gestão contrária àquela divulgada nos seus comerciais, mostrando mais uma vez que não alia o discurso a prática”, afirma Wanessa Queiroz. “Cobramos do banco para que adote de fato sua nova estratégia baseada apenas nas necessidades dos clientes e respeite os acordos assinados com o movimento sindical que determinam equilíbrio e respeito na cobrança de resultados.”

Fonte: SPBancários