Fetec-CUT/CN participa da mobilização, violentamente reprimida pela PM e pelas Forças Armadas, convocadas pelo presidente ilegítimo Temer pela primeira vez desde o fim do regime militar.
Cerca de 200 mil trabalhadores participaram nesta quarta-feira 24 da maior marcha já realizada sobre Brasília, para exigir a retirada das reformas trabalhista e da previdência, a renúncia do presidente ilegítimo Michel Temer e eleições diretas já. A Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) e seus 12 sindicatos filiados participaram do Ocupa Brasília, que foi violentamente reprimida pela PM do Distrito Federal e até pelo Exército, chamado por Temer como na época da ditadura militar, produzindo dezenas de feridos, inclusive por arma de fogo.
“Os trabalhadores deram um recado claro de que não vão aceitar as reformas de um governo ilegítimo e corrupto que retiram direitos e levam o Brasil de volta à escravidão, além de exigirem a volta da normalidade democrática, com eleições diretas, para que o país possa retomar o rumo do desenvolvimento”, afirma Cleiton dos Santos, presidente da Fetec-CUT/CN.
“Repudiamos ao mesmo a violência descabida e criminosa da PM contra uma manifestação pacífica e o emprego das Forças Armadas para reprimir um ato legítimo, o que é um grave precedente desde o fim do regime militar. É um ato desesperado de um governo não eleito que não tem mais condições de continuar e deve renunciar”, acrescenta Cleiton, ele próprio atingido por estilhaço de uma bomba lançada pela Polícia da Aeronáutica.
“Mas o êxito da manifestação mostra que os trabalhadores precisam aumentar a mobilização e continuar nas ruas até a retirada das reformas e a convocação de eleições”, propõe o presidente da Federação.
Antes de participar da Marcha a Brasília, a diretoria executiva da Fetec-CUT/CN fez uma reunião na capital federal para discutir a grave conjuntura nacional e a ação da Federação no próximo período. Veja aqui como foi a reunião.
Repressão demonstra fraqueza do governo
Para o coordenador da Frente Brasil Popular (FBP), Raimundo Bonfim, que organizou a Marcha a Brasília junto com as centrais sindicais e com a Frente Povo Sem Medo, a forte repressão policial, a convocação do aparato militar e a produção de cenas de violência e barbárie tiveram a finalidade de encobrir, pelos meios tradicionais de comunicação, uma grande e vitoriosa mobilização popular.
“O uso das Forças Armadas, de bombas de gás lacrimogêneo e bala de borracha demonstra a atual fraqueza do governo de Michel Temer e seus aliados, ainda mais instável após as inúmeras denúncias de corrupção que envolvem o próprio presidente”, diz Bonfim.
Nota da CUT
À noite, a CUT Nacional divulgou a seguinte nota oficial:
O eixo monumental de Brasília foi tomado por 200 mil manifestantes que protestaram de forma pacífica contra as reformas trabalhista e da Previdência exigindo a retirada imediata das propostas do Congresso, recusaram o “golpe dentro do golpe” com eleição indireta de presidente, defenderam que a palavra tem que ser dada ao povo soberano em eleições diretas já!
A participação da CUT, em unidade com todas as centrais, foi importante para o sucesso do Ocupa Brasília.
Mas, quando o início da Marcha chegou próximo ao Congresso Nacional, o Estado mostrou sua falta de preparo para receber uma manifestação democrática e a polícia, mais uma vez, agiu de forma repressora como sempre faz em atos de trabalhadores e trabalhadoras, que hoje, em Brasília, exerciam seu legítimo direito de manifestação. Milhares de mulheres, e homens, jovens e crianças foram recebidos com balas de borracha e gás lacrimogêneo.
Temer se aproveitou disso para invocar as Forças Armadas para a defesa da “ordem”, lembrando os piores momentos da ditadura militar.
A CUT e as demais centrais não vão esmorecer na luta em defesa dos direitos e da democracia, devendo reunir-se para discutir a continuidade da luta e, continuando a tramitar as reformas, adotar o chamado a uma nova greve geral maior do que paralisou o Brasil em 28 de abril.
A luta continua
Nenhum direito a menos
Fora Temer
Diretas já
Fetec-CUT/CN, com CUT Nacional e Rede Brasil Atual