Com um intenso debate que contou com a participação de bancários e bancárias da ativa dos estados que possuem o Banco da Amazônia, e também de aposentados que completaram 35 anos de banco, o funcionalismo aprovou por unanimidade a minuta específica de reivindicações da Campanha Nacional desse ano. Depois de redigido o texto, o documento será entregue à direção do banco em Belém. A data da entrega da minuta ainda será definida.
“Aqui, nossa principal tarefa foi a de construir em conjunto, de forma democrática e com a participação de todos e todas, a pauta de reivindicações que retrata os anseios do funcionalismo do Banco da Amazônia como um todo. Temos a plena consciência de que teremos uma Campanha difícil. Mas, com a mobilização de todos é possível sairmos vitoriosos”, afirma a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.
Em meio às ameaças de retrocesso nas conquistas da classe trabalhadora com a possível aprovação do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30/2015, o projeto da Terceirização, o vice-presidente da Fetec/CUT-CN, Sérgio Trindade, também empregado do banco e diretor do Sindicato, lembrou que nesta Campanha a luta vai além da categoria bancária. “Nunca se viu um ataque tão feroz contra a classe trabalhadora nesses últimos meses, o que exige de nós mais força e mobilização. No Banco da Amazônia, em especial, entra gestão, sai gestão e a forma de tratar as entidades e o funcionalismo continua a mesma, marcada pelo descaso”, ressalta.
Pela defesa dos bancos públicos
“Nós defendemos a concepção de banco público como banco para o desenvolvimento de uma determinada região e ir para a rua é a nossa principal arma para lutar contra o retrocesso”, defende o diretor de bancos federais da Fetec/CUT-CN, André Nepomuceno.
O Dieese está fazendo um levantamento da importância social dos bancos públicos. “Nossa intenção com a divulgação do resultado é dar subsídio à luta das entidades pela defesa desses bancos, como o da Amazônia, onde já se especulou a possibilidade dele deixar de ser banco para virar agência de fomento do BB”, destaca a economista do Dieese da Subseção Contraf-CUT, Regina Camargo.
Campanha árdua
Na contramão, o lucro dos bancos saltou 42,8%: de R$ 12,4 bilhões, nos três primeiros meses de 2014, para R$ 17,7 bilhões, de janeiro a março deste ano. Foram R$ 5,3 bilhões a mais, também sem considerar a influência da inflação. É o que aponta levantamento da consultoria Economatica.
No Banco da Amazônia, o cenário também não foi diferente no ano passado. Segundo levantamento do Dieese em 2014 o lucro líquido foi de R$ 186 milhões, R$ 4 milhões a mais que em 2013.
“Mesmo com bons resultados, a categoria deve enfrentar uma das Campanhas mais difíceis, já que foi decretado o fim dos repasses do Tesouro para os bancos públicos e isso deverá ser usado como desculpa pelos bancos quando for a hora de negociar o reajuste salarial. Por isso, reforço o que todos já disseram aqui sobre a importância da mobilização e o engajamento de todos e todas nessa luta para que a categoria em geral saia vitoriosa e com importantes conquistas”, defende Regina Camargo.
Fonte: Seeb Pará