POR SEEB/AC
A situação da Caixa está cada vez pior. Primeiro, foi a suspensão de abertura de novas agências e o abandono do prédio da instituição na rua Benjamin Constant, centro de Rio Branco. Em seguida, vieram os descomissionamentos, transferências e perseguições imotivadas, colegas trabalhando doentes, depressivos, estressados. Somando-se a isso tudo, nunca se viu tanto empregado da Caixa tomando remédio “tarja preta”. E, por último, mas não menos nefasto, a Caixa realizou um PAA – Plano de Apoio a Aposentadoria – que, na realidade é uma maneira de “baratear” a mão de obra dentro do banco, imitando cinicamente as práticas dos bancos privados.
Seguido do PAA foi informado, via comunicação eletrônica, que todas as vagas e funções oriundas de seus desligamentos seriam recolhidas pela matriz e redirecionadas para outras áreas em “momento oportuno”. No entanto, este momento oportuno nunca ocorreu. O certo disso tudo é que a Caixa diminuiu seu quadro de empregados de 101 mil para 98 mil e ainda não contratou ninguém. Essas mudanças trouxeram aos empregados acúmulo de trabalho, associado a muita pressão e assédio moral para bater metas (venda de produtos) e sem receber horas extras. Um absurdo!
No mês passado, numa viagem a cidade de Tarauacá, o Sindicato constatou que a unidade da Caixa funciona no município com apenas sete empregados. É isso mesmo: sete empregados para atender uma população de quase 45 mil cidadãos – a maioria humilde que ainda não utilizam os meios eletrônicos para satisfação de suas necessidades. Também observamos colegas de trabalho esgotados, física e psicologicamente, que ainda enfrentam a estrada, em péssimas condições, todo final de semana, para poder estar na presença da família.
Quando na festividade de inauguração da unidade de Tarauacá, ocorrida dia 12/01/2009, foi informado que a unidade abriria com 18 empregados, que era um compromisso da Caixa com o seu papel social de banco público e com o desenvolvimento econômico da microrregião. Porém, a agência abriu e funcionou com 16 empregados até o redimensionamento de sua LAP para 11 funcionários, o que já é uma grande redução. E desde o começo deste ano a agência está trabalhando a maioria dos meses com apenas sete empregados. O profissional que abre o caixa é o mesmo que depois que o banco fecha sobe para fazer empréstimos, abrir contas e tudo o que for necessário para tentar atingir as metas. Metas estas que em nenhum momento foram redimensionadas para menos.
Na avaliação do diretor sindical Eudo Rafael, empregado da Caixa, isso é mais que descaso, é ABANDONO! E o pior é ver que tudo isso acontece e não existe nenhuma ação por parte da SR-Acre para solucionar ou amenizar essa situação. Essa é a nova política da Matriz que vem enxugando a máquina chamada Caixa Econômica Federal. Portanto, tudo leva a crer que estamos sendo preparados para a terceirização e privatização. Se não conseguirem através de decreto ou lei, como tentaram com aquele trágico anúncio da presidente Dilma, em dezembro do ano passado, e agora com o Projeto de Lei do Senado 555/2015 que vende as empresas públicas e transforma em S/A, reduzindo a oferta de crédito, aumentando os juros, sucateando agências de foco social, ampliando e privilegiando as que se relacionam com os “parceiros” que já terceirizam o nosso trabalho e, por conseguinte terceirizarão o nosso emprego.
Não se enganem, isso é muito mais que descaso, é PRIVATIZAÇÃO! Vamos juntos combater esse mal que nos assombra e nos adoece. Vamos de cabeça erguida dizer NÃO. Vamos de mãos dadas fazer um Brasil limpo, uma Caixa Econômica forte e uma SR de frente para o Acre e para as necessidades do nosso povo.