Por Wiliam de Lucca
São Paulo – Representantes dos empregados da Caixa participaram de reunião nesta quinta-feira 10, com a presidenta do banco, Miriam Belchior, para discutir detalhes sobre a reestruturação que a direção está implantando. Apesar de ouvir os compromissos feitos pelos diretores, os bancários cobraram que sejam ouvidos nas próximas fases da reestruturação e que todo o processo seja debatido.
De acordo com a gestão, a primeira onda do processo teria início nesta mesma quinta 10, na matriz da Caixa, em Brasília, sob o argumento de aumentar a eficiência e fortalecer o banco. Serão deslocados 570 funcionários para as filiais, principalmente os da área operacional. Ainda não é certo se todos perderão função, pois muitos mudarão a sua, mas a Caixa garantiu que não haverá fechamento de agências e que elas deverão ser fortalecidas com as transferências.
O diretor executivo do Sindicato e empregado da Caixa Dionísio Reis criticou as decisões tomadas ‘a portas fechadas’, dizendo que isso nunca funcionou. Por isso, cobra que haja diálogo, aumentando a eficiência da gestão e o respeito aos trabalhadores.
“Esperamos que a Caixa garanta interlocução nos próximos passos, evitando boataria e a ansiedade. Vamos visitar na nossa base todas as áreas atingidas e consultar quem realmente conhece o banco, os empregados”, cobrou Dionísio.
A Caixa revelou que criou uma área na matriz para ajudar na realocação. Disse, ainda, que terá agentes para auxiliar no processo de mudança. Em relação à questão salarial, confirmou o asseguramento estendido para dois meses além do prazo normal, além da incorporação para quem tiver 10 anos na mesma função.
Os representantes questionaram sobre os empregados de retaguarda (Girets) e a Caixa garantiu que eles serão fortalecidos. “Serão realocados para a Centralizadora do Tratamento de Imagem (CTDI), indo para as próprias agências e para as filiais”, explicou Dionisio.
Os bancários podem denunciar qualquer movimento fora da normalidade, e sem o devido diálogo, pelo 3188-5200 ou clicando aqui (escolha o setor “site”). O sigilo é garantido.
“Estamos atentos a, por exemplo, as ameaças de remoção e perda de função, e temos uma reivindicação antiga sobre o descomissionamento arbitrário, para que ele não seja usado para retaliar empregados ou promover ingerências pela administração”, acrescentou Dionisio, adiantando que podem paralisar novamente áreas estratégica da Caixa, se for necessário, como ocorrido no Largo da Concórdia, em São Paulo, onde cerca de 1,6 mil trabalhadores pararam no começo de março.
Essa fase deve terminar em 15 de abril e, em seguida, haverá um prazo para a reestruturação nas filiais. O banco se comprometeu a comunicar, ainda na quinta 10, todos os setores sobre a mudanças e a dialogar com as entidades os prazos e alterações. Outras reuniões para discutir pontos levantados pelo movimento devem ocorrer antes da mesa permanente de negociação marcada para 14 de abril. Nela, deverão ser apresentradas respostas para o adiantamento odontológico, melhoria do Saúde Caixa e outras questões pendentes.
Fonte: SPBancários.