Brasília – Contra a reestruturação na Caixa Econômica Federal, as entidades representativas dos empregados do banco realizarão novas atividades em protesto ao posicionamento da diretoria. Uma delas será um novo Dia Nacional de Luta, marcado para a próxima terça-feira, 12 de abril. A orientação foi tirada durante a reunião da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que ocorreu nos dias 30 e 31 de março.
A Comissão, que assessora a Contraf-CUT nas negociações com a empresa, fez uma avaliação do Dia Nacional de Luta contra a Reestruturação realizado em 24 de março e considerou a adesão significativa com paralisações de atividades em muitos locais de trabalho. Os relatos dos representantes de sindicatos e federações também sugeriram que só mesmo com atividades como essas os trabalhadores poderão passar o seu recado de que estão descontentes com a atitude arbitrária da Caixa diante das mudanças em andamento.
“Os depoimentos dos empregados mostraram que a preocupação está instalada diante das medidas de enfraquecimento da empresa e de desrespeito à categoria que estão sendo tomadas unilateralmente pela diretoria. O movimento também mostrou que a mobilização precisa ser ampliada para tornar-se mais fortalecido”, ressalta a coordenadora da CEE/Caixa, Fabiana Matheus.
Falta de diálogo e transparência
As medidas de reestruturação na Caixa foram anunciadas pela presidente Miriam Belchior em 10 de março, sem qualquer diálogo com os trabalhadores. No mesmo dia, uma mensagem do Conselho Diretor foi repassada aos trabalhadores informando sobre o início do processo, mas sem grandes esclarecimentos. “Desde então, o clima é de apreensão nas unidades de todo o país, com empregados amedrontados”, conta Dionísio Reis, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e membro da CEE/Caixa.
Fenae e Contraf-CUT já encaminharam ofício à Miriam Belchior reivindicando a suspensão imediata da reestruturação em todo o país e a abertura de diálogo com a categoria. “ A Caixa precisa respeitar mais a categoria que só engrandece ao banco. Uma decisão que mexe com postos de trabalho e direitos dos trabalhadores não pode ser tomada sem que os protagonistas sejam ouvidos. Por isso tomamos a providência de encaminhar o ofício”, esclarece Jair Pedro Ferreira, presidente da Fenae.
“Queremos transparência nesse processo, que foi planejado e iniciado sem nenhum debate com as representações dos trabalhadores. Isso só mostra a falta de respeito com a qual essa direção da empresa trata os empregados”, acrescenta Fabiana Matheus.
Fonte: Fenae Net