Alcinete Gadelha
Os bancários iniciaram na manhã de ontem, 6, seguindo agenda nacional, o movimento de greve que fechou pelo menos 50% as agências bancárias de Rio Branco e interior do Acre. Esse primeiro dia de greve da categoria bancária foi considerado o maior da história em todo o Brasil. Foram 7.359 unidades e chamou atenção da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) que no final do dia chamou a categoria para nova rodada de negociações que acontece na sexta-feira, 9, às 11 horas, em São Paulo.
A coordenação da nacional do movimento de greve acredita que com a reunião prevista para a sexta-feira, é possível que venha uma proposta favorável para a categoria.
Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores nacional do Comando Nacional dos Bancários, disse que as notícias que chegaram desde as primeiras horas do dia, com bancários de todo o Brasil aderindo ao movimento sinalizava para isso.
A paralisação da categoria é pela reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90.
De acordo com Edmar Batistela, presidente do Sindicato dos Bancários do Acre, a oferta não cobre, sequer, a inflação do período, projetada em 9,57% para agosto deste ano e representa perdas de 2,8% para o bolso de cada bancário.
Reflexo da greve
Após o feriado, a consequência foi longas filas para quem precisava do serviço nas agências. Para quem precisou dos serviços nas agências, teve que exercitar a paciência. Na fila por mais de três horas a aposentada de 68 anos, Francisca Souza, não perdeu o bom humor.
“A gente tem que ter paciência. Ficamos cansados, a espera é longa e não é nada fácil, mas precisamos, então tem que aguentar. Se sair da fila não pega a ficha e sem a ficha não tem atendimento”, relata.
Edilene Ferreira, 54, também compartilha do mesmo pensamento e afirma que até esqueceu há quantas horas estava de pé. “O problema aqui é que a maioria das pessoas são idosos. As outras pessoas fazem outras movimentações pela internet, celular, a gente mal sabe fazer uma ligação, não tem como utilizar estas tecnologias.”