Alcinete Gadelha
Com as negociações paradas, a greve dos bancários chega ao 15º dia do movimento nacional. A paralisação começou no último dia 6 de setembro e no Acre, segundo informações segundo balanço do Sindicato dos Bancários do Estado do Acre (Seeb-AC), 49 agências fecharam as portas. No país, o 14º dia de greve registrou 13.071 agências paralisadas, o que representa um recorde para a categoria bancária.
Ainda de acordo com o comando de greve local, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou no dia 9 de setembro, sexta rodada de negociação, a proposta rebaixada de 7,0% de reajuste, o que significa 2,29 pontos percentuais abaixo da inflação, e abono de R$ 3.300 em única parcela.
Outras duas rodadas de negociação foram realizadas na terça-feira 13 e na quinta-feira 15, no entanto não houve nova proposta e o movimento segue. Além disso, não há previsão de nova reunião.
Enquanto isso, quem precisa de atendimento nos bancos tem que contar com a sorte e a paciência, a aposentada Francisca Souza, é um exemplo e não perdeu o bom humor.
“A gente tem que ter paciência. Ficamos cansados, a espera é longa e não é nada fácil, mas precisamos, então tem que aguentar”, relata.
Edilene Ferreira, 54, também compartilha do mesmo pensamento e diz que é fácil criticar o movimento quando não se faz parte dele. “O problema aqui é que a maioria das pessoas são idosos. As outras pessoas fazem outras movimentações pela internet, celular, a gente mal sabe fazer uma ligação, não tem como utilizar estas tecnologias.”
A paralisação da categoria é pela reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90.
De acordo com Edmar Batistela, presidente do Sindicato dos Bancários do Acre, a oferta não cobre, sequer, a inflação do período, projetada em 9,57% para agosto deste ano e representa perdas de 2,8% para o bolso de cada bancário.