(Poesia, autora é bancária do Banco da Amazônia : Antonia Fernandes).
A cidade onde eu sempre quis morar e daqui nunca largar, HOJE mais um
ano vem completar.
Já são 115 anos de muita história e tradição desta terra dos Náuas que leva o nome de Constelação;
De lá pra cá, muito se ouviu falar do povo do Juruá que aprendeu a se virar, e em meio a selva assombrosa na borracha descansar;
Minha bela cidade ruidosa…De belezas sem iguais, deixam sempre àqueles que a conhecem o gostinho de “quero mais”.
E também vale a pena contar a história do povo do Juruá, que de tanto lutar e esperar teve que arrumar uma forma própria de desabrochar.
Lembro-me, dos tempos em que tudo aqui faltava quando a balsa encalhava, e o povo tinha que se virar pois não existia rodovia para o caminhão aqui chegar…
Do comércio tão sofrido, de vê os produtos chegarem vencidos e as prateleiras esvaziar, o comerciante no prejuízo ficar, e o alimento lá em casa faltar…
Da Coca-cola tão desejada, que chegava estourada, e ninguém podia tomar…
De vê o leite se acabar em tempo de mungunzá, e o povo triste ficar…
Do carro de som avisar que a balsa acabara de chegar, e que a ceia de Natal já podia festejar…
De vê a tomate, como passageiro de primeira classe aqui de avião chegar, e no prato la de casa nunca conseguir pousar…
Mas também era um tempo bom de brincar, de pipa soltar… petecas ganhar e no jogo do taco avançar…
E no carrinho de ladeira, da melhores brincadeiras restam as lembranças: da corda, do elástico, do pega, pega, do papel de carta, do bambolê e também da inocência e liberdade que se podia ter; De um tempo que se podia ir e vir , sem se preocupar…
Das fogueiras de São João, onde era tradição cada casa se alegrar…
Era tempo de sonhar, com a BR tão falada … e por todos desejada para o progresso entrar…
Enfim, ela chegou …e com tempo tudo mudou , a mesa farta ficou, mas a segurança nos faltou… Nossas casas mudaram de cara, e agora tem grades nas fechadas ao invés de cadeiras no ar…e sem deixar de falar, que não mais podemos ficar na rua a brincar ou simplesmente a conversar.
As grades, cercas e câmeras, não mais são segurança, e que não nos falte a Esperança do futuro melhorar.
Por que é difícil entender que tudo faz parte de um Reaprender ? E do que lá de traz esquecemos de trazer…
A “bênção papai”, a “bênção mamãe”… com “licença e por favor “… do tempo em que o respeito ao outro era gostoso de se vê…
Mas, ainda é tempo de sonhar…da Esperança em Deus fixar, e de
De acreditar que a Princesinha do Juruá voltará a ser o Lar onde eu queira pra sempre morar, e os filhos aqui criar!!!
FELIZ ANIVERSÁRIO LINDA CRUZEIRO DO SUL!!!!!
#115anos
#APrincezinhadoJuruá