A Contraf-CUT, federações e sindicatos organizaram caravanas e representações de bancários de todo país que estarão nesta terça-feira (9) em Brasília, fortalecendo a mobilização da CUT e demais centrais sindicais contra o projeto de lei (PL) 4330 que, se aprovado, libera por completo a terceirização e precariza o emprego e os direitos dos trabalhadores no Brasil.
O objetivo é intensificar a pressão sobre os parlamentares, sobretudo os deputados da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, onde o projeto tramita e pode ser votado na reunião desta quarta-feira (10).
Já estão confirmadas delegações de bancários de todas as regiões do país, que tentarão convencer os parlamentares de que esse projeto, além de escancarar a terceirização, é uma reforma trabalhista disfarçada, visando reduzir salários e conquistas dos trabalhadores e enfraquecer a organização sindical.
Aliás, o representante da Fenaban, Magnus Apostólico, vem comandando a bancada dos empregadores, o que comprova o grande interesse dos banqueiros junto com os demais empresários na aprovação do PL 4330. Imagine os bancos com uma lei que, além de legalizar o já foi terceirizado, ainda possibilite terceirizar caixas, gerentes e outras funções…
Esse projeto nocivo também está na contramão do desenvolvimento com inclusão social de milhões de trabalhadores. “O Brasil é a sexta maior economia e um dos 12 países com a pior distribuição de renda do mundo. A aprovação da PL 4330 vai aumentar ainda mais a concentração de renda”, denuncia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
“Junto com a mobilização em Brasília, cada bancário e bancária precisa enviar cartas e mensagens aos parlamentares, mostrando os prejuízos irreparáveis que esse projeto trará, se aprovado, não somente para a categoria mas para toda a classe trabalhadora”, salienta Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT.
A Contraf-CUT também remeteu correspondência a todos os parlamentares, cobrando o posicionamentos sobre o PL 4330, se favoráveis ou contrários.
A intenção é a divulgação de painéis em praças públicas e nos sites das entidades sindicais, por todo o país, mostrando como pensa, de que lado está e como vota cada deputado e senador nessa importante questão para a classe trabalhadora e a sociedade brasileira.
O mesmo texto enviado aos parlamentares foi repassado às federações e sindicatos para reproduzirem o mesmo pedido de posicionamento.
Mesa quadripartite sobre terceirização
A CUT e as centrais sindicais apresentaram nesta segunda-feira (8), na segunda reunião da mesa de negociação quadripartite que também envolve empresários, governo e parlamentares, as propostas dos trabalhadores para uma justa regulamentação da terceirização, sem precarização do trabalho.
“Se as outras partes realmente tiverem interesse em negociar seriamente, os trabalhadores no dia de hoje levaram questões fundamentais para serem debatidas e aprofundadas, o que obviamente requer um tempo maior para a efetiva negociação dessa pauta”, disse Graça Costa, secretária de Relações de Trabalho da CUT Nacional e integrante da mesa.
A terceira rodada da mesa quadripartite, que definirá os próximos encaminhamentos para a regulamentação da terceirização, será realizada nesta terça-feira, às 9h30, em Brasília.
As propostas das centrais sindicais feitas nos debates são: igualdade de direitos, direito à informação prévia, limites para a terceirização, tipo de responsabilidade entre as empresas e penalização dos infratores.
Tanto parlamentares quanto empresários fizeram questão de afirmar que, se não houver consenso até esta terça-feira, o PL 4330 será votado na CCJC da Câmara nesta quarta-feira. Caso as negociações avancem, a votação pode ser adiada novamente por um período maior até que as partes cheguem a um acordo.