Depois de semanas de espera, o Banco da Amazônia finalmente deu início às rodadas de negociação com as entidades sindicais nesta terça-feira (3). Apesar da expectativa, a primeira reunião não foi como as entidades esperavam.
“As entidades sindicais acreditavam que o banco apresentaria respostas concretas para, pelo menos, boa parte das reivindicações do funcionalismo. Mais uma vez o banco não mostrou disposição para negociar. Disse não para praticamente tudo, tivemos que reforçar que o diálogo é a melhor forma de se chegar a um acordo; foi quando tivemos destacado alguns pontos da pauta de reivindicação para colocar em discussão em mesa”, avaliou o diretor da Fetec-CN, Sérgio Trindade.
As questões econômicas serão tratadas mediante a apresentação da proposta de índice definido na mesa da Fenaban, o que está previsto de ocorrer na rodada do próximo dia 5 de setembro (quinta-feira), em São Paulo. Há uma possibilidade ainda a ser confirmada de uma rodada específica com o Banco da Amazônia na sexta-feira (6) para discutir as cláusulas econômicas da minuta específica.
Pré-acordo
No início da reunião, o Sindicato cobrou a assinatura do pré-acordo, que garante a vigência do acordo atual até a assinatura do próximo e a data base da categoria em 1º de setembro.
O Banco da Amazônia explicou que ainda está definindo a cláusula que estabelece o parcelamento da antecipação de férias para poder assinar o documento. De acordo com o banco, uma orientação do Tribunal de Contas da União considerou ilegal a inclusão do parcelamento no acordo coletivo dos órgãos federais.
O Sindicato reafirmou que a posição das entidades sindicais nas agendas de negociação é de sempre discutir a pauta de reivindicações da categoria depois da assinatura do pré-acordo, como forma de resguardar os direitos já existentes e a data base da categoria.
PCCS
As entidades sindicais também lembraram que agora o banco não tem mais nenhum empecilho para resolver o assunto PCCS, pois a situação da Capaf, que antes era uma das preocupações do banco, já está sendo encaminhada.
As entidades também ressaltaram a importância e o interesse em participar de todo o processo da construção do PCS, como forma de garantir que os interesses dos empregados debatidos através de seminários, reuniões e cursos, sejam atendidos.
Os representantes dos trabalhadores sugeriram para o acordo que vai ser assinado a inclusão de uma verba complementar de mercado para os empregados e empregadas do quadro científico, outra verba de 7% para o quadro de apoio e para os técnicos bancários, piso equivalente ao dos bancos federais.
O Banco da Amazônia negou de imediato à proposta alegando que os atuais resultados da empresa foram menores que os do ano passado, e não pretende adotar medidas pontuais para resolver diversos problemas do plano.
O diretor de recursos do banco, Wilson Evaristo informou que está sendo elaborado um termo de referência para licitar empresa de consultoria para fazer um estudo e diagnóstico da área de RH do Banco da Amazônia, o que inclui a reestruturação do PCS.
A previsão é de que até o final deste mês seja publicado o edital de licitação para receber propostas de empresas interessadas em executar os trabalhos.
O Sindicato considerou positivo o fato de o banco informar que já está fazendo algo em relação à pauta do PCS, que sempre vem como prioridade na minuta de reivindicações dos empregados, mas ponderou que todo o processo informado pelo banco será demorado diante da urgência da implantação do PCS.
Outros pontos destacados na primeira mesa com o Banco da Amazônia
As entidades apresentaram uma lista de cláusulas destacadas da minuta específica para iniciar as discussões com o banco, algumas foram debatidas em mesa, outras devem ser tratadas na rodada dessa terça-feira (3). Confira:
Isonomia na jornada de 6h: Sindicato cobra que o banco garanta o intervalo de 15 minutos dentro da jornada de 6h para todos os empregados e empregadas, independente da data de ingresso. Sobre isso o banco disse apenas que vai cumprir a decisão judicial e não irá incluir os que ingressaram a partir de 27 de dezembro de 2012;
Lateralidade: o Banco da Amazônia disse que não vai rever;
Plano de saúde e odontológico;
Ponto eletrônico: o Sindicato cobrou uma mesa específica para discutir o assunto;
Comissão paritária para seleção interna e promoções: o banco informou que é possível instituir a comissão independente do acordo, basta o Sindicato oficializar o pedido;
Adicional de tempo de serviço;
Abono assiduidade de 5 para 10 dias;
Comissão de Segurança Bancária;
Plano de Previdência;
Incorporação de 10% na comissão: o banco disse que amanhã deve apresentar uma resposta.
Os bancários e bancárias do Banco da Amazônia estiveram representados pelo vice-presidente do Sindicato, Marco Aurélio Vaz, pelo vice-presidente da Fetec-CN, Sérgio Trindade e pelo diretor da Fetec-CN, Roosevelt Santana. A presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim está em São Paulo em agenda sindical e o secretário de organização da Contraf-CUT, Miguel Pereira está em Brasília acompanhando a votação do PL 4330.
O Banco da Amazônia esteve representado pelo diretor de recursos, Wilson Evaristo e pelos gerentes da GERHU, Edwiges Lemanski, da GERED, Leudah Gallo, da GSJUR, Daniel Solum.