O primeiro dia de greve nacional dos bancários começou forte e com centenas de adesões na capital e demais municípios acreanos. Unidades de bancos públicos e privados amanheceram bastante adesivadas com faixas e cartazes de greve. A paralisação é uma resposta à proposta patronal apresentada dia 12 de setembro pela Fenaban de reajuste de 6.1%.
Na avaliação do presidente do Sindicato dos Bancários do Acre, Edmar Batistela, a proposta da Fenaban não atende as reivindicações da categoria. O percentual de reajuste ofertado pelos patrões sequer cobre à inflação do período de 6,93%. Os bancários querem a inflação do período e mais 5% de ganhos real, totalizando 11,93%, além do piso do Dieese de R$ 2.860 e ampliação das cláusulas sociais.
Nesta campanha salarial, os bancários não querem apenas reajuste salarial acima da inflação, mas melhores condições de trabalho, fim das metas abusivas e medidas rígidas dentro das unidades para o combate ao assédio moral. Outra pauta importante, segundo Batistela, diz respeito à melhoria do atendimento aos clientes e usuários, algo que será solucionado somente com novas contratações.
Balanço da greve
Conforme mapeamento elaborado pelo Sindicato dos Bancários do Acre, neste primeiro dia de greve, 22 unidades bancárias do território acreano fecharam suas portas, 14 delas na capital, representando uma adesão de mais de 60%.
– Nossas reivindicações são justas e a categoria entendeu nosso chamamento para a greve, explica Batistela.
Segundo dados do Sindicato dos Bancários, 56 unidades bancárias estão espalhadas no território acreano, 24 delas na capital e outras 32 no interior do estado.
O primeiro dia de greve sempre é importante para analisamos nossa estratégia para o dia seguinte. Portanto, a expectativa é pelo crescimento da greve pelos demais municípios acreanos, diz Batistela.
Clientes apoiam
O comerciante Marciano Cardoso, proprietário da loja Discardoso, ao chegar à porta do Itaú Unibanco deparou com a faixa da greve. No entanto, deu razão aos bancários.
– As reivindicações dos bancários são pra lá de justas. Os bancos faturam muito, mas não dividem de forma justa essa lucrativa, além de oferecer péssimos serviços à clientela, disparou ele.
O fazendeiro Heleno Monteiro foi outro que não tirou a razão dos bancários.
– Greve mais que justa. Sou cliente do Itaú há bastante tempo e conheço a dedicação desses funcionários para como o banco, mas, infelizmente, os patrões não estão valorizando.