No sexto dia da greve nacional, os bancários ampliaram a paralisação nesta terça-feira 24 em todo o país, fechando 9.665 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados, e realizaram passeatas em várias capitais para manifestar a indignação contra o silêncio dos bancos diante de suas reivindicações por aumento real de salário, valorização do piso, mais contratações e fim da rotatividade, melhores condições de trabalho, mais segurança e igualdade de oportunidades.
O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, vai se reunir nesta quinta-feira 26, em São Paulo, para fazer um balanço da primeira semana da paralisação. “Vamos avaliar o movimento, que já é maior do que o do ano passado, e discutir formas de fortalecer e ampliar ainda mais as paralisações, diante do silêncio dos bancos em retomar o processo de negociações”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
A greve nacional foi deflagrada no dia 19, depois que os bancários rejeitaram em assembleias realizadas dia 12 a (única) proposta apresentada pelos bancos até agora, que apenas repõe a inflação do período (6,1%) e nega as demais reivindicações econômicas e sociais.
Como nos anos anteriores, a greve vem crescendo a cada dia. No primeiro dia foram fechados 6.145 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados nos 26 estados e no Distrito Federal. A paralisação atingiu 7.282 dependências no segundo dia e 9.015 unidades nesta segunda-feira 23.
“Os seis maiores bancos lucraram R$ 29,6 bilhões só no primeiro semestre e exibem a maior rentabilidade do sistema financeiro mundial, graças principalmente ao aumento da produtividade dos bancários. A categoria já deixou claro que não volta ao trabalho sem aumento real e vai ampliar a greve para quebrar a intransigência da Fenaban”, adverte o presidente da Contraf-CUT.
As principais reivindicações dos bancários
> Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação)
> PLR: três salários mais R$ 5.553,15.
> Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).
> Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.
> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
> Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.