Representantes dos trabalhadores reclamaram da qualidade no atendimento e da insuficiência de credenciados em algumas regiões do país
O Grupo de Trabalho (GT) Saúde Caixa, composto por representantes do banco e dos empregados e empregadas da Caixa Econômica Federal, se reuniu na quarta-feira (23) para debater sobre questões específicas do plano de saúde. Durante a campanha salarial, a Comissão Executiva de Empregados (CEE) da Caixa) já havia cobrado a descentralização do atendimento e o retorno das estruturas de Gestão de Pessoas (Gipes) nos estados.
“Vamos insistir sempre na descentralização do atendimento do Saúde Caixa e em ter informações detalhadas sobre as microrregiões. A gente recebe muita demanda e precisa saber o que acontece além dos grandes centros”, destacou coordenador do GT Saúde Caixa, Rafael de Castro, que é diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Segundo informações apresentadas pela Caixa, os maiores impactos financeiros do plano em 2022, em comparação com 2021, são referentes ao atendimento em pronto-socorro, com aumento de mais de 36% e medicamentos quimioterápicos – um crescimento de mais de 28%. Já em referência ao volume de atendimento, os maiores crescimentos foram em pronto-socorro –acima de 62%– e internações –mais de 19% de aumento.
Para a dirigente do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região, Lilian Minchin, o aumento do número de atendimentos em pronto-socorro reflete a carência de rede credenciada e/ou a demora em se conseguir atendimento na rede. “As pessoas precisam de atendimento e acabam recorrendo ao pronto-socorro porque não encontram especialistas na rede credenciada”, observou.
Para o dirigente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Sérgio Amorim, a demora no agendamento em consultórios é outro motivo. “O que aumenta muito o número de atendimentos em pronto-socorro é a falta de uma rede credenciada para consultas eletivas, além do prazo de agendamento nos consultórios. Há especialistas que demoram 60 dias para atender. Isso leva as pessoas a buscarem o pronto-socorro”, avaliou.
As sessões de psicoterapia também tiveram aumento de quase 21% nos custos. Sobre este recorte, Rafael de Castro solicitou informações mais detalhadas. “São números que atestam a pesquisa da Fenae sobre o adoecimento mental dos empregados por conta de assédio e pressão no local de trabalho”, afirmou o dirigente. “Outro aspecto é que, nesse sentido, o banco delega o tratamento ao próprio empregado, onerando mais o plano, sem eliminar a causa dos transtornos”, observou.
Na próxima reunião, com data a ser definida, o banco deve apresentar o relatório atuarial de 2022 e as projeções atuariais que vão definir as negociações de 2023. O acordo atual tem validade até 31 de agosto do próximo ano.
Fonte:Fenae, com edições da Contraf-CUT.