A Contraf-CUT e suas entidades filiadas foram convidadas pelo Banco da Amazônia a participar nesta quinta-feira (31), em Belém, da reunião que dará início ao trabalhos da Delloitte. A consultoria foi vencedora do certame, que irá elaborar o novo modelo de Gestão de Pessoas do banco.
“Essa primeira reunião é muito importante porque demonstra que enfim iniciaram os trabalhos para a construção do novo Plano de Cargos e Salários, maior reivindicação dos funcionários do Banco da Amazônia nos últimos anos. Garantir a transparência e o acesso a todas as informações durante o processo de construção do novo PCS é fundamental, para que todo corpo funcional acompanhe esse trabalho e, ao final, não seja surpreendido com situações indesejáveis”, avalia Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT.
O novo modelo de Gestão de Pessoas abrange a elaboração do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração e a reestruturação do RH. O sistema está defasado há muito tempo, com graves distorções na política de remuneração do funcionalismo, praticando inclusive pagamento diferenciado, nas mesmas funções e cargos.
“Ao longo dos últimos anos, com muita luta durante as negociações salariais, tivemos várias vitórias, como reajustes superiores aos pisos, mais próximos dos demais bancos federais, mas mesmo assim sem igualá-los. Também conseguimos recentemente estabelecer o mesmo valor de comissão de função para um grande número de funcionários, equiparando o valor da comissão entre supervisor de matriz e de agências. Mas muito ainda precisa ser feito”, explica Miguel, que coordena a mesa de negociação pela Contraf-CUT.
O próprio banco tem percebido as dificuldades das suas políticas de RH para reter e desenvolver talentos. Muitos bancários tomam posse e logo após o período de 90 dias pedem demissão pela falta de estímulos e expectativas de carreira.
A previsão é que a conclusão do novo modelo de Gestão de Pessoas ocorra em até 2 anos e 9 meses, sendo 15 meses para implantação total e os outros 18 para consultoria e ajustes.
“Diante de tantas expectativas e necessidades reais de alterações, para além das etapas de apresentações dos resultados dos trabalhos de cada etapa, precisamos garantir efetivamente um processo negocial em torno do assunto. Até porque, ao final de todos os trabalhos, será preciso implantar um período de migração e de livre adesão dos atuais funcionários, e por isso é importante garantir a melhor proposta de PCS”, ressalta Miguel.
Para ele, o trabalho está apenas começando. “Será necessário muito mais luta e unidade de todas as entidades representativas do funcionalismo para assegurarmos de maneira definitiva a conquista de um PCS justo, transparente e adequado às necessidades do funcionalismo”, conclui o diretor da Contraf-CUT.
Fonte: Contraf-CUT