São Paulo – Em mesa temática de igualdade de oportunidades, na terça-feira 29, a federação dos bancos (Fenaban) negou a maioria das reivindicações apresentadas pelos representantes dos trabalhadores, constantes da pauta da categoria.
Dentre os pontos negadas está o subsídio integral para troca ou manutenção de aparelhos de uso contínuo de pessoas com deficiência (cadeiras de roda, muletas, prótese, bengala, óculos, aparelho auditivo, etc.).
Os bancos também rejeitaram as propostas de destinação de estacionamento exclusivo e de abono de faltas, sempre que houver necessidade de conserto, reparo e/ou aquisição de equipamentos, para os empregados com deficiência.
A única possibilidade aventada pela Fenaban foi com relação à reivindicação para que os bancos comuniquem às entidades sindicais sobre número de trabalhadores com deficiência e de demissões, incluindo o motivo para fins de acompanhamento e avaliação.
Os integrantes da Comissão Nacional de Gênero, Raça e Orientação Sexual (CGROS) insistiram nas questões, fazendo com que a Fenaban reconhecesse a importância do debate e antecipando a intenção de avançar na contratação de trabalhadores com deficiência.
“As reivindicações colocadas nesta mesa temática são essenciais para evitar inúmeros constrangimentos a que hoje são submetidos os trabalhadores com deficiência. Por isso a necessidade de avançarmos neste debate”, afirma José Roberto Santana, dirigente da FETEC-CUT/SP.
“Apesar das negativas, há espaço para avanços, até mesmo porque algumas dessas questões já foram acordadas com alguns bancos. Sendo assim, acreditamos que todas as instituições financeiras são ‘capazes’ de convencionar essas cláusulas. Basta vontade e sensibilidade”, instiga Crislaine Bertazzi, diretora de Políticas Sociais da FETEC-CUT/SP ao ressaltar a importância da mesa temática. “É neste fórum que temos a possibilidade de aprofundar o debate contra as discriminações tendo a inserção da maioria dos bancos”, afirma ela, lamentando a ausência do Banco do Brasil em algumas das reuniões.
Censo da Diversidade – A dirigente garante que um importante passo na luta por igualdade de oportunidade nos bancos está sendo dado com o II Censo da Diversidade. “É um instrumento para diagnosticarmos os problemas e assim obtermos avanços para o conjunto da categoria”.
Aplicado entre 17 de março e 9 de maio em todo o país, o questionário contou com participação de 40,52% de um universo de 440 mil trabalhadores. A previsão é de que a Fenaban divulgue os resultados na primeira quinzena de setembro.
Lucimar Cruz Beraldo – Fetec-CUT/SP