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JOSÉ AVELINO: Presidente da Fetec-CUT/CN fala sobre a situação dos bancários brasileiros

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Manoel Façanha

Funcionário do banco Bradesco desde 1990 e ex-diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília – DF, o baiano da cidade de Barreiras José Avelino Barreto Neto, aos 48 anos (ele nasceu em 19.03.1966), vive intensamente os problemas sindicais bancários do Brasil. Por conta da sua militância, e dado o reconhecimento do seu trabalho enquanto sindicalista, ele está no seu segundo mandato à frente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN).

Foi com este personagem que a reportagem da Revista Acre Bancário conversou durante alguns minutos, num final de tarde, em Brasília, no coração do Planalto Central. Foi um contato rápido, dado que ele tinha compromissos marcados para logo em seguida. Dessa forma, a conversa somente pode girar sobre três eixos: a história de 30 anos dos bancários do Acre; a campanha salarial 2014; e as consequências da terceirização dos serviços bancários e as suas consequências para os trabalhadores.

Confira a seguir o que José Avelino pensa a respeito desses temas.

O sindicato dos bancários do Acre

DSC_3540“O Sindicato dos Bancários do Acre tem uma importância muito grande para os trabalhadores da região Norte. E particularmente para a Fetec Centro-Norte, essa importância ganha ainda maiores proporções, porque se trata de um sindicato fundador, que sempre esteve junto com a gente. A nossa história ocorre de forma paralela: o sindicato dos bancários do Acre está completando 30 anos, este ano, enquanto que a Federação Centro-Norte completa 25 anos em janeiro de 2015. Temos certeza que o sindicato dos bancários do Acre, além de toda a contribuição que já deu à luta dos trabalhadores bancários, muito ainda vai contribuir no futuro para que tanto a nossa causa quanto as causas sociais se fortaleçam cada vez mais. Devo destacar, por último, que o sindicato acreano nasceu cutista e tem ajudado a CUT crescer na região”.

A campanha salarial 2014

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“Pela conjuntura atual, por ser um ano de eleição em vários níveis, um ano em que o país sediou uma Copa do Mundo, um ano em que, de certo modo, supunha-se que os trabalhadores teriam uma pausa nos seus embates políticos e sindicais. Mas não foi isso o que ocorreu ou que está ocorrendo. Pelo contrário. Os sindicatos, particularmente o sindicato do Acre, sempre estiveram acordados, sempre estiveram defendendo as lutas dos trabalhadores. Por tudo isso, posso dizer que estaremos todos, nos mais diversos quadrantes do país, empenhados em realizar uma grande campanha salarial. Embora seja uma conjuntura difícil, uma conjuntura em que a mídia tem tentado diminuir o poder e a militância dos sindicatos dos trabalhadores, ainda assim, com todo esse cenário de dificuldades, eu tenho certeza que teremos uma campanha vitoriosa”.

A terceirização dos serviços bancários

DSC_3455“A principal bandeira de luta da campanha que estamos iniciando neste mês de agosto diz respeito ao emprego, a garantia do emprego para o trabalhador bancário. O que se tem visto nos últimos tempos é um movimento no sentido da rotatividade que existe na categoria dos bancários, bem como a diminuição dos postos de trabalho. Para que se tenha uma ideia, na década de 1980 tínhamos um milhão de trabalhadores bancários e hoje só temos cerca de 400 mil.

Enquanto isso, os números indicam que os terceirizados, que eram 10 mil, subiram para os mesmos 400 mil trabalhadores no sistema financeiro, que não são bancários, com, inclusive uma remuneração incompatível com a atividade que desempenham. Nós também lutamos contra esse estado de coisas. A campanha salarial deste ano, portanto, não se prende unicamente à questão salarial, mas quer, de forma veemente, garantir as conquistas e o emprego dos trabalhadores. Além disso, estará em pauta a questão das metas abusivas impostas pelos patrões, que só servem para aumentar os lucros dos bancos, bem como para adoecer os trabalhadores. A qualidade de vida do trabalhador deve estar acima de tudo”.