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Bancos fecham 2135 postos de trabalho entre janeiro e abril de 2015

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Nos primeiros quatro meses deste ano os bancos que operam no Brasil fecharam 2135 postos de trabalho, de acordo com a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), divulgada nesta sexta-feira (29) pela Contraf-CUT. O estudo é feito mensalmente, em parceria com o Dieese, e usa como base os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Os bancos múltiplos, com carteira comercial, categoria que engloba grandes instituições, como Itaú, Bradesco, Santander, HSBC e Banco do Brasil, foram os principais responsáveis pelo saldo negativo. Eles eliminaram 1245 empregos. A Caixa, que vinha sustentando a geração de empregos no setor, apresentou corte de 977 postos de trabalho no período.

“O resultado é injustificável. Se há um setor que continua registrando alta lucratividade, este é o bancário”, salienta o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten.

“No primeiro trimestre, o lucro dos quatro maiores bancos (Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil) foi de mais de 14 bilhões de reais. Só o Banco do Brasil viu seus rendimentos mais que duplicarem no período, com crescimento de 117%. O sistema financeiro não tem do que reclamar. Os números traduzem isso”, afirma Roberto.

Reduções por estados

No total, 19 estados registraram saldos negativos de emprego. As reduções mais expressivas ocorreram no Rio de Janeiro (-596), São Paulo (-552) e Minas Gerais (-468). Já o Pará, foi o estado com maior saldo positivo, com geração de 111 novos postos de trabalho, seguido pelo Mato Grosso (90) e Maranhão (68).

Rotatividade e salário

De acordo com o levantamento da Contraf-CUT/Dieese, além do corte de vagas, a rotatividade continuou alta. Os bancos contrataram 10.410 funcionários e desligaram 12.545 nos primeiros quatro meses.

A pesquisa também revela que o salário médio dos admitidos pelos bancos foi de R$ 3.512,63, contra R$ 5.855,01 dos desligados. Assim, os trabalhadores que entraram nos bancos receberam valor médio 60% menor que a remuneração dos dispensados.

“Lucro em cima de lucro, assim é o comportamento dos bancos que atuam no Brasil. Com o resultado que apresenta, o setor poderia ter um papel mais nobre no desenvolvimento econômico do país, em vez disso, corta empregos e usa a rotatividade para ganhar sempre mais”, critica o presidente da Contraf-CUT.

Desigualdade entre homens e mulheres

A pesquisa mostra também que as mulheres, mesmo representando metade da categoria e tendo maior escolaridade, continuam discriminadas pelos bancos na remuneração.

A média dos salários dos homens admitidos pelos bancos foi de R$ 3.853,19 entre janeiro e abril. Já a remuneração das mulheres ficou em R$ 3.150,19, valor 18,2% inferior à remuneração de contratação dos homens.

A desigualdade também permanece no desligamento. A média dos salários dos homens foi de R$ 6.659,19 no período, enquanto a remuneração das mulheres ficou em R$ 5.032,29. Resultando em um salário médio 24,4% menor do que o dos homens.

“Em nossas mesas de negociação com os bancos a discriminação está em debate. E não é só por gênero. As barreiras de ascenção profissional também se revelam na comparação por cor e orientação sexual. A discriminação é usada como sistema de poder pelos bancos”, enfatiza Roberto.

Fonte: Contraf-CUT