A data-base dos bancários será somente em setembro, mas a categoria já deu no último fim de semana, na cidade de São Paulo, o ponta pé inicial da campanha salarial 2015, quando aprovou, durante a 17ª Conferência Nacional dos Bancários, a estratégia, o calendário de negociação e a pauta de reivindicações deste ano.
Reunidos no Hotel Holiday Inn Parque Anhembi, 667 delegados, sendo 219 mulheres e 448 homens, além de 42 observadores construíram a pauta de reivindicações deste ano. O evento contou com a participação de três delegados acreanos: Edmar Batistela, Edvaldo Almeida (Neném) e Eudo Rafael, todos da direção do Sindicato dos Bancários do Acre (SEEB-AC).
De acordo com Edmar Batistela, presidente do SEEB-AC, a campanha deste ano terá como eixos centrais reajuste de 16%, valorização do piso salarial no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3299,66 em junho), PLR de três salários mais R$ 7.246,82, defesa do emprego, combate às metas abusivas e ao assédio moral e fim da terceirização.
A pauta de reivindicação da categoria, aprovada neste fim de semana durante a conferência da categoria, será entregue aos patrões no próximo dia 11. Edmar ressaltou que a campanha será dura como ocorre todos os anos, mas aproveita o momento para convocar a categoria a participar das atividades e, caso não haja um acordo entre às partes, Batistela não descarta uma greve ainda na primeira quinzena do mês de setembro.
O presidente da Contraf-CUT, Roberto Von der Osten, lembrou que foram realizadas 48 mil consultas entre os bancários para construção da Campanha. “A categoria disse o que ela quer como índice, o que é prioridade na questão de saúde, de emprego e remuneração. Nós temos os debates nos sindicatos, depois nas federações e o coroamento, o fechamento disso, é nossa Conferência Nacional, que aprova a minuta”, explicou o dirigente.
Roberto Von explicou ainda que o Brasil vive agora uma crise política, que foi transformada em crise econômica. Mas nossos patrões navegam num mar tranquilo. Segundo ele, os lucros altíssimos, apresentados no primeiro e segundo trimestres, pelo setor financeiro do país, tem condição de atender as reivindicações e aplicar ganho real aos bancários, além de trazer novas conquistas na minuta 2015/2016.
Principais reivindicações aprovadas na Conferência
* Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)
* PLR: 3 salários mais R$7.246,82
* Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
* Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
* Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego
Fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades
Fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).