Brasília – Os trabalhadores do Banco do Brasil deram continuidade, nesta terça-feira (25), a mesa de negociações específicas com o banco. A Comissão de Empresa dos Funcionários e os representantes da instituição financeira debateram a pauta de saúde e condições de trabalho.
Jornada de 6 horas nas unidades estratégicas
O BB foi indagado sobre o cumprimento da jornada de 6 horas nas unidades estratégicas. Os representantes do BB não apresentaram resposta consistente sobre a questão, remetendo para outras diretorias da empresa a responsabilidade sobre o assunto. Em mesa, os representantes da Diref se comprometeram a indagar a Diretoria Gestão de Pessoas para trazer uma resposta à Comissão de Empresa sobre o assunto.
“A luta dos bancários pelo cumprimento da jornada de 6 horas é histórica e vem forçando a empresa a rever o desrespeito ao direito do trabalhador. O BB se recusa a negociar o tema com os sindicatos, o que prejudica a discussão. Os bancários estão preparados para resistir caso o BB implante medidas unilaterais que prejudiquem os trabalhadores”, afirmou o diretor do Sindicato Rafael Zanon, que representa a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) na Comissão de Empresa.
Licença saúde e retorno ao trabalho
Foi cobrado do Banco do Brasil a melhoria das condições dos funcionários em licença saúde, como a prorrogação do pagamento dos auxílios refeição e a cesta-alimentação durante todo o período da licença, bem como a irredutibilidade do salário durante o período de afastamento. O banco considera muito difícil o atendimento desta proposta. Os funcionários argumentaram que a perda dos tíquetes alimentação e refeição tem levado muitos funcionários a trabalharem doentes, o que agrava e prorroga os motivos do afastamento.
Os representantes dos funcionários também cobraram do BB que simplifique a folha de pagamento do funcionário licenciado e que permita o parcelamento dos débitos dos acertos do INSS, para evitar que o salário fique negativo em alguns períodos.
Funcionários oriundos de bancos incorporados
Na pauta de saúde, os destaques foram a discriminação dos funcionários oriundos de bancos incorporados e o acesso aos programas de saúde do BB. Os trabalhadores cobraram do Banco a apresentação uma lista de todos os itens que há impedimentos aos funcionários de bancos incorporados para a busca conjunta de soluções.
Foi cobrado do banco ainda as soluções para que os funcionários incorporados possam participar da Cassi e da Previ nas situações existentes possíveis hoje para alguns grupos.
Bancários apresentam propostas para aumentar as receitas da Cassi
Os trabalhadores também cobraram também as melhorias na Cassi, como o custeio da ampliação da Estratégia Saúde da Família e apresentação de soluções na mesa específica. Foram apresentadas propostas de incremento de receitas como percentual nos acordos de CCP e CCV e outros acordos e processos judiciais, bem como cobrado do BB que destine uma parte da PLR para a Cassi como forma de melhorar a saúde financeira da Caixa de Assistência.
Avanços no Plano Odontológico?
Os funcionários cobraram do banco melhorias do plano odontológico e que este seja administrado pela Cassi, para gerar mais receitas e melhorar o atendimento do plano. O banco informou mudanças no atual plano odontológico e apresentou uma carta que está sendo encaminhada aos funcionários com as melhorias na BB Dental. O BB também ficou de apresentar à Comissão de Empresa a lista detalhada dos procedimentos que tiveram melhoria.
A melhoria na cobertura do plano odontológico é reivindicação histórica dos funcionários, desde que o plano foi implantado, fruto de conquista da campanha salarial de 2008.
BB se esquiva de discutir o fim do ato de gestão
A Contraf-CUT e sindicatos, incluindo o de Brasília, novamente cobraram do BB o fim das demissões e descomissionamentos por ato de gestão, quando não é dada nenhuma justificativa ao trabalhador. Os representantes dos funcionários pediram a extinção desses atos, que muitas vezes tem servido apenas para ameaçar os trabalhadores. O banco tem afirmado que os casos demissão e descomissionamentos são pontuais e que não vê neste momento a necessidade acabar com esse instrumento.
Bancário do BB, Rafael Zanon entende que o ato de gestão é instrumento político nas mãos da direção do BB para perseguir e retaliar os trabalhadores. Além de remeter a períodos ruins da história do BB, como a ditadura e década de 90, enfraquece a imagem da gestão perante os trabalhadores, já que existe cláusula no acordo coletivo que regula o descomissionamento. Vamos lutar para acabar com essa violência.
A próxima rodada está marcada para Brasília, em 31 de agosto, e abordará os temas segurança, igualdade de oportunidades e isonomia.
Fonte: SEEB/Brasília