O Comando Nacional dos Bancários, que tem a participação da Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN), realizou nesta segunda-feira 31 com a direção do Banco da Amazônia, em Belém, a primeira rodada das negociações específicas da Campanha 2015, com foco no tema emprego, o que inclui terceirização, contratações, descomissionamentos e Comitê de Recursos Humanos e Relações Sindicais (COMIR).
O banco não se posicionou a respeito das reivindicações levadas pelos representantes dos bancários e disse que pretende apresentar uma proposta global ao final das discussões sobre os demais temas da Campanha Nacional 2015. Veja mais abaixo o calendário de negociações.
Participaram da negociação a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim; o vice-presidente da Fetec-CUT Centro Norte, Sérgio Trindade, o diretor da Federação, Ronaldo Fernandes, e o secretário de Organização da Contraf-CUT, Carlindo Abelha, além do assessor jurídico do Sindicato, Fernando Galizza. Pela empresa estavam o coordenador da Comissão e gerente executivo da Gesop, Francisco Moura, as gerentes executivas Bruna Carla Paraense (Gepes), Ana Paula Bulhões Leal (Gecor) e ainda a secretaria da Comissão, Maria José Amaral.
Terceirização
A reivindicação da categoria é que não haja nenhum serviço terceirizado no Banco da Amazônia, sobretudo na área-fim, como ocorreu na Tecnologia da Informação, onde cerca de 80% do quadro de empregados era terceirizado – situação que o Sindicato do Pará conseguiu reverter por meio de ação judicial. O banco considera o tema importante e que deve ser continuar em debate, em mesa permanente.
“O combate à terceirização é prioridade para o movimento sindical bancário e para todas as entidades sindicais filiadas à CUT, por entendermos que a terceirização precariza as relações de trabalho e retira direitos dos trabalhadores, e é por isso que essa pauta é fundamental para a Campanha Nacional 2015 da categoria bancária”, afirma a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.
Descomissionamento
As entidades sindicais questionaram a falta de transparência e de objetividade do SGD (Sistema de Gestão de Desempenho) do Banco da Amazônia, tendo em vista o grande número de descomissionamentos decorrentes dos resultados de avaliações desse sistema. O banco reconhece falhas, mas diz que está sendo aprimorado o sistema, inclusive com acompanhamento de consultoria.
“Nós, enquanto entidades sindicais, queremos participar desse processo de construção de critérios para avaliação de desempenho no banco. Não aceitamos que um sistema construído de forma unilateral esteja servindo para retirar direitos dos empregados da empresa. O banco diz que chamará as entidades para discutir a proposta da consultoria para melhorar a gestão de pessoal, mas só isso não basta para nós. Queremos mais transparência e democracia nesse processo”, reivindica o vice-presidente da Fetec-CUT/N e empregado do Banco da Amazônia, Sérgio Trindade.
Novas contratações
O Banco da Amazônia disse que tem um limite do DEST para o quadro de empregados, que é de 3.303 trabalhadores. Hoje, o quadro funcional da instituição federal é de 3.182 empregados, mas a meta da empresa é chegar ao patamar de 3.201 contratados. Nesse sentido, o banco informou que já foram contratados recentemente alguns remanescentes do último concurso e que será realizado novo concurso em setembro desse ano para novas contratações.
COMIR
Hoje o Comitê de Recursos Humanos e Relações Sindicais (COMIR) do Banco da Amazônia é comporto por 4 representantes do banco e 1 representante eleito pelos empregados. Esse direito foi conquistado na Campanha Nacional do ano passado, mas este ano os bancários e bancárias querem ampliar essa representação.
“Nossa reivindicação tem como ponto principal a composição paritária desse comitê, com todos os membros dos empregados eleitos, e com paridade de gênero. O banco não foi muito receptivo a essa proposta, mas as entidades argumentaram que a intenção é que haja uma representação equilibrada entre os representantes do banco e dos empregados”, destaca o diretor da Fetec-CUT/CN e empregado do Banco da Amazônia, Ronaldo Fernandes.
Comitê de Planejamento das Agências
Atualmente os empregados só têm a garantia de 1 representante da AEBA. A reivindicação da categoria é de composição paritária desse comitê e por eleição direta dos empregados.
Mesas paritárias específicas
O banco entende que está contemplado pelo ACT vigente no que diz respeito à mesa permanente, mas as entidades dos trabalhadores argumentaram que essas mesas específicas são para tratar com mais profundidade de temas como o PCCS, por exemplo, e que poderiam funcionar paralelamente, sem engessar outros assuntos que podem ser tratadas em mesa permanente. Por outro lado, o banco se comprometeu em cumprir o ACT vigente no que diz respeito às reuniões ordinárias e extraordinárias da mesa permanente.
Jornada de trabalho
O mais questionado pelos bancários sobre esse tema foi a garantia do cumprimento da jornada dos trabalhadores e o pagamentos das horas extras, quando estas forem necessárias. Outra questão foi sobre o pagamento das horas extras de funções com jornada de 8 horas, tendo em vista que o Sindicato do Pará já questiona na Justiça a redução de jornada desse público, de 8 horas para 6 horas.
Reestruturação Organizacional do Banco
As entidades reivindicaram que elas sejam informadas com pelo menos 6 meses de antecedência sobre qualquer reestruturação interna. “O pedido é para que o banco formalize às entidades sindicais qualquer medida que cause impacto no ordenamento das funções e gestão de trabalho, para que os empregados, através de suas entidades representativas, sejam envolvidos no planejamento de todo processo de reestruturação, e não apenas discutir o que o banco planeja unilateralmente”, afirma Sérgio Trindade.
Próximas rodadas de negociação
11/9 – Saúde e condições de trabalho.
17/9 – Igualdade de oportunidades e remuneração.
Principais reivindicações no Banco da Amazônia
»Retomada do patrocínio ao Plano de Saúde.
»Ajuste do Ponto Eletrônico com garantia do registro de jornada e pagamento das horas extras.
»Implantação Imediata do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR).
»Mais Contratações e melhores condições de trabalho.
»Mais investimentos segurança bancária e prevenção contra assaltos e sequestros.
»Combate ao assédio moral e a todas as formas de assédio no ambiente de trabalho.
»Mais treinamentos internos para os empregados.
Fonte: Fetec-CUT/CN, com Seeb Pará