Os bancários do HSBC passaram o dia em Brasília para defender o emprego no banco, após a venda para o Bradesco, anunciada no último dia 3, por R$ 17,6 bilhões. Pela manhã, realizaram manifestação em frente ao Banco Central (BC).
A categoria participaria de audiência pública para discutir o assunto, mas o evento foi adiado por falta de documentos. Mesmo assim, eles fizeram a manifestação. “Estamos aqui em defesa dos nossos empregos. Agora, mais do que nunca, é hora de a gente se manifestar”, disse o diretor da Contraf-CUT, Sérgio Siqueira.
A coordenadora nacional da Comissão de Organização dos Funcionários (COE) do HSBC, Cristiane Zacarias, explica que os manifestantes querem a fiscalização do Banco Central na finalização do processo. “Se o Bacen busca um sistema financeiro saudável, e se considerarmos que das suas atribuições constam o bem estar social, ele não deve homologar o acordo de venda. O HSBC tem muito a explicar, inclusive para o próprio BC, que deveria ter fiscalizado suas operações e apurado a denúncia de lavagem de dinheiro que hoje resultou em uma CPI -swissleaks. Não iremos aceitar demissões de um sistema que só se preocupa com a lucratividade”, garantiu.
Ela argumentou ainda que a venda diminui a concorrência e aumenta a concentração bancária. Se a venda for realmente aprovada, Cristiane defende que o emprego dos trabalhadores seja garantido. “Os trabalhadores podem e devem enviar e-mails ao Cade e ao Banco Central cobrando o compromisso dos órgãos de defender os empregos”, lembrou.
Depois da manifestação no centro de Brasília, os bancários seguiram para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que também vai analisar a operação de venda do HSBC ao Bradesco.
No fim do dia, os trabalhadores se reuniram com o deputado Daniel Almeida (PC do B-BA), autor da proposta de audiência pública que estava marcada para esta terça. Ele garantiu que o evento acontecerá ainda em agosto.
Fonte: Contraf-CUT