Bancários pressionam e ampliam participação no projeto-piloto de segurança

Depois de muita pressão da Contraf-CUT e do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, os bancos aceitaram a maioria das reivindicações apresentadas na primeira reunião do Grupo de Trabalho do Projeto-piloto de Segurança Bancária. Na segunda reunião, realizada nesta segunda-feira, dia 16, em Recife, os bancos atenderam demandas importantes que ampliam a participação dos bancários.

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“Este projeto-piloto é uma conquista dos bancários, garantida com muita luta na Campanha Nacional de 2012. Por isso, o Sindicato e a Contraf-CUT querem ser protagonistas desse processo e não coadjuvantes como pretendia a Febraban na primeira reunião do grupo. Graças à nossa pressão, conseguimos garantir mais participação neste importante projeto”, afirma a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello.

Reuniões com gestores das agências

Entre as reivindicações atendidas pela Febraban está a realização de reuniões ampliadas do grupo com a participação de representantes das 209 agências de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes que integram o projeto-piloto.

Segundo o diretor da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr, a ideia é realizar, já em janeiro, reunião com gestores de todas as agências para explicar os objetivos e como está a implantação do projeto-piloto, buscando sensibilizá-los para garantir o envolvimento de todos.

“Os representantes das 209 agências serão divididos em quatro turmas e, em dois dias, participarão de encontros com a Contraf-CUT, Sindicato e Febraban. Vamos mostrar para os gestores como funciona o projeto-piloto e o que os bancários podem fazer para garantir o sucesso dessa conquista tão importante para a vida dos trabalhadores e clientes dos bancos”, salienta Ademir.

Reunião com SDS

Os bancos também aceitaram a reivindicação dos bancários de realizar uma reunião específica com a Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco, Comando da Polícia Militar de Pernambuco e o delegado-geral da Polícia Civil para discutir o acompanhamento semanal em conjunto das ocorrências nas agências de Recife, Olinda e Jaboatão, incluindo as “saidinhas de banco”.

“Já entramos em contato com a SDS e pré-agendamos uma reunião para a semana que vem. Queremos acompanhar de perto as ocorrências para verificar os problemas que continuam acontecendo e propor soluções para aumentar a segurança”, destaca Jaqueline. Segundo ela, a Febraban também anunciou que vai passar semanalmente, por telefone, as ocorrências registradas nas três cidades que integram o projeto-piloto.

Reunião com todos os integrantes do projeto-piloto

Além da reunião com a SDS, os bancos aceitaram, ainda, outra proposta das entidades sindicais, que prevê a realização, também em janeiro, de uma reunião com os demais signatários do projeto-piloto: o Ministério Público, as prefeituras das três cidades e o governo de Pernambuco.

Calendário de reuniões para 2014

Por fim, a Febraban apresentou uma proposta de calendário de reuniões para o primeiro semestre do ano que vem, com encontros periódicos do grupo de acompanhamento do projeto-piloto, em Recife, e da Mesa Temática de Segurança Bancária, em São Paulo, para a apresentação das estatísticas semestrais de ataques a bancos e a avaliação do andamento do projeto-piloto.

“Vamos fechar oficialmente essas datas, pois é muito importante que a gente se reúna com frequência para discutir o problema da insegurança nos bancos. Queremos envolver o Comando Nacional dos Bancários e o Coletivo Nacional de Segurança Bancária na discussão do projeto-piloto que, embora funcione em Recife, Olinda e Jaboatão, interessa a todo o país. Queremos que ele funcione, de fato, para que os resultados obtidos sejam estendidos às agências de todo Brasil, a fim de melhorar a segurança e proteger a vida das pessoas”, diz Ademir.

Sem avanços

Das reivindicações apresentadas pelos bancários na primeira reunião, os bancos continuaram negando três importantes demandas. A primeira delas é o acesso aos boletins de ocorrência registrados em Recife, Olinda e Jaboatão sobre os ataques a bancos. O segundo item é a participação da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e do Sindicato dos Vigilantes de Pernambuco no grupo de trabalho do projeto-piloto. E o terceiro é a isenção de tarifas de transferência (DOC, TED) como forma de desestimular os saques em dinheiro e combater o crime da “saidinha de banco”.

“Vamos continuar insistindo nessas três reivindicações. Sobre os boletins de ocorrência, vamos buscar o acesso por outros meios, seja pela polícia ou pela SDS. Ao negar essa demanda, a Febraban deixa o processo menos transparente, o que é lamentável. Também fazemos questão da participação dos vigilantes, já que são eles que operam as portas de segurança, as armas e os coletes a prova de balas previstos no projeto-piloto”, ressalta Ademir.

“Quanto à isenção de tarifas de transferência, a nossa proposta vai ao encontro do que diz a Febraban sobre a importância de desestimular o saque nos caixas eletrônicos e nas próprias agências. Quer melhor estímulo do que a isenção de tarifas para transferência?”, desafia o diretor da Contraf-CUT.

Avaliação

Para Jaqueline, apesar dessas três demandas negadas, a segunda reunião do grupo de acompanhamento do projeto-piloto foi bastante produtiva. “O primeiro encontro foi muito ruim, mas graças à pressão do Sindicato e da Contraf-CUT conseguimos avançar bastante nesta segunda reunião”, avalia Jaqueline.

“A ampliação da participação é um avanço fundamental para que todos os atores envolvidos passem a contribuir efetivamente no andamento do projeto-piloto. Agora é preciso avançar na transparência”, enfatiza Ademir.

Além de Ademir e Jaqueline, representaram os bancários na reunião o secretário-geral do Sindicato, Fabiano Félix, e os diretores João Rufino e Suzineide Rodrigues, além do diretor do Sindicato de São Paulo, Carlos Damarindo.

Pela parte dos bancos, participaram da reunião representantes da Febraban e do Bradesco, Banco do Brasil, Caixa, Itaú e HSBC. O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) também passou a integrar o grupo de acompanhamento do projeto-piloto, conforme reivindicado pelos bancários na reunião passada.

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