Bancários avisam: além das reivindicações econômicas, campanha só acaba se houver soluções para saúde e condições de trabalho.
Após três rodadas de negociação, nas quais foram discutidas as propostas da categoria para os temas saúde, emprego, segurança, igualdade de oportunidades e remuneração, a federação dos bancos (Fenaban) se comprometeu com o Comando Nacional dos Bancários a apresentar proposta às reivindicações da Campanha 2013 na quinta-feira 5.
“Deixamos claro nas reuniões que a campanha não se resolverá sem que, juntamente com proposta econômica, sejam apresentadas soluções para melhorar as condições de trabalho. Atualmente a sobrecarga é tão grande que há bancário trabalhando por duas ou três pessoas. O resultado é o adoecimento da categoria. Isso tem de acabar”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira.
AUMENTO REAL
Os dirigentes apresentaram dados, inclusive dos balanços do setor, e reforçaram que os bancos podem atender ao reajuste de 11,93%, com aumento real de 5%. Os bancos sinalizaram que “será difícil” fazer o mesmo que nos anos anteriores. “Mas deixamos claro, não queremos o mesmo, queremos mais”, ressalta Juvandia.
PISO
Os representantes patronais se recusaram a debater a valorização do piso, que para os bancários é prioridade. Afirmaram que pretendem dar o mesmo reajuste que for para os salários, mas levarão a reivindicação aos bancos.
PLR
Os trabalhadores cobraram critérios claros para a PLR e que corresponda a três salários mais R$ 5.553,15.
VALES
Os bancários reforçaram a reivindicação de r$ 678 ao mês para os vales refeição, alimentação e a 13ª cesta (um salário mínimo nacional para cada). a Fenaban, entretanto, considera o valor “impossível” e defendeu aplicar o mesmo reajuste que for dado aos salários, mas ficaram de checar os patamares que podem atingir. o comando cobrou acabar com o tempo limite de pagamento de 180 dias do vale-alimentação para os afastados.
AUXÍLIO CRECHE/BABÁ
A reivindicação de r$ 678 ao mês foi reforçada pelos bancários. a Fenaban ficou de avaliar, mas reforçou a pretensão de dar o mesmo reajuste dos salários.
AUXÍLIO EDUCAÇÃO
Os bancários voltaram a cobrar o auxílio para todos, lembrando que o único dos bancos grandes que não têm programa é o Bradesco. a Fenaban afirmou que isso é gestão de cada empresa.
FÉRIAS
O comando reivindicou que o adiantamento de férias seja devolvido em até dez parcelas. Para a Fenaban, não há dificuldade em discutir o tema, desde que possam debater o fracionamento das férias. os trabalhadores ressaltaram que essa contrapartida não faz parte das reivindicações.
PCS
Interferência insuportável na gestão: é assim que a Fenaban classifica a reivindicação de plano de cargos e salários para todos. Afirmam que os bancários sabem o que fazer para preencher eventual vaga à disposição.
13º
Sobre adiantamento do 13º aos trabalhadores afastados, a Fenaban ficou de analisar, assim como a possibilidade de fazer a antecipação também para quem tem férias em janeiro.
SUBSTITUTO
A Fenaban disse “não” ao pagamento do salário de substituto. Para ela, isso ocorre por “curtíssimo tempo” e é “justo” o desvio de função para checarem se o bancário tem condição de ocupar o cargo. os dirigentes afirmaram que há muitos funcionários em desvio de função, cumprindo um tipo de trabalho sem receber pela função e que continuarão cobrando o pagamento.
VALEU CULTURA
O vale-cultura é um benefício no valor de R$ 50 que será destinado prioritariamente a trabalhadores que ganham até cinco salários mínimos. o comando quer estender o direito aos bancários, e a Fenaban afirma que vai levar aos bancos, mas condiciona discutir o valor somente após regulamentada a lei. Essa regulamentação ocorreu no dia 27.