Nos primeiros cinco meses deste ano os bancos que operam no Brasil fecharam 2.925 postos de trabalho, de acordo com a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), divulgada pela Contraf-CUT. O estudo é feito mensalmente, em parceria com o Dieese, e usa como base os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Os bancos múltiplos, com carteira comercial, categoria que engloba grandes instituições, como Itaú, Bradesco, Santander, HSBC e Banco do Brasil, foram os principais responsáveis pelo saldo negativo. Eles eliminaram 1.047 empregos.
Para Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT, os bancos estão na contramão da responsabilidade social por continuarem tendo altos lucros e reduzindo empregos. “A sociedade brasileira espera um outro tipo de contrapartida deles.”
Reduções por estados
No total, 20 estados registraram saldos negativos de emprego. As reduções mais expressivas ocorreram no Rio de Janeiro (-705), São Paulo (-664) e Minas Gerais (-571). Já o Pará, foi o Estado com maior saldo positivo, com geração de 122 novos postos de trabalho, seguido pelo Mato Grosso (94) e Maranhão (77).
Rotatividade e salário
De acordo com o levantamento da Contraf-CUT/Dieese, além do corte de vagas, a rotatividade continuou alta. Os bancos contrataram 13.878 funcionários e desligaram 16.803 nos primeiros cinco meses.
A pesquisa também revela que o salário médio dos admitidos pelos bancos foi de R$ 3.421,38 contra R$ 6054,33 dos desligados. Assim, os trabalhadores que entraram nos bancos receberam valor médio 56,5% menor que a remuneração dos dispensados.
“Isto é um meio de reduzir despesas e aumentar os lucros: demitir empregados com salários altos e contratar no lugar um empregado que tem salário médio pela metade”, afirma o presidente da Contraf-CUT.
Desigualdade entre homens e mulheres
A pesquisa mostra também que as mulheres, mesmo representando metade da categoria e tendo maior escolaridade, continuam discriminadas pelos bancos na remuneração.
A média dos salários dos homens admitidos pelos bancos foi de R$ 3.747,32 entre janeiro e maio. Já a remuneração das mulheres ficou em R$ 3.072, 48, valor 18 % inferior à remuneração de contratação dos homens.
A desigualdade também permanece no desligamento. A média dos salários dos homens foi de R$ 6.790,42 no período, enquanto a remuneração das mulheres ficou em R$ 5.315,86, o que representou 78,3% da remuneração média dos homens desligados nos bancos.
Fonte: Contraf-CUT