SEEB-AC/CONTRAF-CUT
O processo de restruturação do Banco do Brasil traz não somente prejuízos para funcionários da instituição, mas também a população. O fechamento das unidades Estação e Parque, assim com a agência de Assis Brasil (transformada em posto de atendimento) sobrecarregaram de trabalho outras unidades. Na capital Rio Branco, existem reclamações de clientes a respeito da demora no atendimento nas unidades Bosque e Aquiry. O Procon, por exemplo, já esteve na primeira unidade para fiscalizar o atendimento oferecido aos clientes e usuários.
Se não bastasse essa sobrecarga de trabalho imposta aos funcionários dentro das unidades, o banco já informou que não vai complementar os salários dos funcionários que exerciam a função de caixas executivos e que foram descomissionados devido a reestruturação anunciada em novembro de 2016.
Na última quarta-feira (1º) os funcionários do BB viram se concretizarem as seríssimas consequências do processo de reestruturação feito pelo banco no final do ano passado. Foi o último dia de posses no TAO Especial, sistema que foi criado para inscrições e seleção aos cargos que ficarem vagos em função de aposentadoria incentivada e para realocação dos funcionários que tiveram seus cargos extintos ou reduzidos, devido ao fechamento de centros de serviço e agências. O resultado foi desastroso, com centenas de casos de descomissionamentos, de reenquadramento como escriturários e, em algumas situações, redução de até 70% do salário, além de forte comoção entre o funcionalismo.
INDIGNAÇÃO NAS REDES SOCIAIS
Muitos bancários se manifestaram nas redes sociais, indignados com os cortes abruptos nos salários e também pelo sofrimento imposto a eles próprios e aos colegas: “São pais e mães de família que não terão como arcar com seus aluguéis, estudantes que não terão como pagar a faculdade… Um impacto terrível, o maior ataque em décadas ao funcionalismo do BB” afirma Carlos de Souza, secretário geral da Contraf-CUT.
Segundo o dirigente, os funcionários não aceitam a desumanidade do Banco do Brasil, que trata seus funcionários como números e a Contraf-CUT vai fazer a denúncia na segunda reunião com Ministério Público do Trabalho, marcada para a próxima terça-feira (7) em Brasília: “O banco ficou de apresentar nesta reunião a conclusão sobre os números e os impactos da reestruturação. “Vamos denunciar o descomissionamento em massa e propor uma Ação Civil Pública para garantir os direitos de todos os que foram prejudicados” afirma.
MEDIDAS JUDICIAIS
Entre outras medidas de mobilização, a Contraf-CUT também vai orientar os departamentos jurídicos de sindicatos e federações sobre possíveis medidas para defender os trabalhadores afetados pelas realocações e pelos descomissionamentos: “Os bancários do BB vão continuar mobilizados, não vão descansar um só segundo na defesa destes trabalhadores, que ajudaram a construir a grandeza do banco e recebem como paga um tratamento arbitrário e desrespeitoso”, destaca Carlos Souza.
NÚMEROS
Além das 402 agências que foram fechadas, 379 foram transformadas em PAA e centenas tiveram o quadro reduzido, provocando perda de cargos em várias funções.