A Caixa Econômica Federal obteve lucro líquido de R$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre de 2014 com crescimento de 15,3% em relação ao mesmo período do ano passado e uma queda de 12,1% no trimestre. Ao contrário do que vem fazendo o Banco do Brasil e os bancos privados, o banco seguiu abrindo postos de trabalho e ampliando o número de agências e postos de atendimento.
Conforme análise do Dieese, a Caixa abriu 1.101 vagas no 1º trimestre, o que representa a criação de 4.893 empregos nos últimos 12 meses. Com isso, o número total de empregados no banco saltou para 99.299 em março de 2014.
Além disso, a Caixa prosseguiu com a política de inauguração de agências e postos de atendimento. O banco abriu 31 agências no primeiro trimestre, totalizando 348 unidades abertas nos últimos 12 meses. Houve também abertura de 19 postos de atendimento, somando 76 nos últimos 12 meses.
“Os resultados obtidos no primeiro trimestre de 2014 são frutos do empenho e da dedicação de seus empregados, mesmo enfrentando condições inadequadas de trabalho e sofrendo com o assédio moral e as metas abusivas. Apesar do aumento de empregos, a sobrecarga de trabalho ainda é enorme e, por isso, o banco precisa agilizar as contratações para melhorar as condições de trabalho e o atendimento aos clientes e à população”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
Esse resultado do primeiro trimestre correspondeu a uma rentabilidade sobre o patrimônio líquido anualizado (ROE) de 23,5% (queda de 1,7 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2013).
A carteira de crédito ampliada cresceu 33,1% em doze meses, atingindo um montante de R$ 519,8 bilhões (alta de 5,2% no trimestre). A carteira comercial pessoa física cresceu 38,5% em relação a março de 2013, chegando a R$ 86,3 bilhões, o que representa 16,6% da carteira de crédito ampliada do banco.
Já as operações com pessoa jurídica alcançaram R$ 94,4 bilhões, com elevação de 32,5% em comparação ao 1º trimestre de 2013, totalizando 18,2% do total do crédito. O crédito voltado para a habitação, que representa praticamente 55% da carteira, cresceu 29,1% em doze meses.
O índice de inadimplência superior a 90 dias apresentou alta de 0,3 ponto percentual em relação a março de 2013, ficando em 2,6%. Devido ao forte crescimento da carteira de crédito, as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) cresceram 19,1%, chegando a R$ 2,5 bilhões.
As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceram 13,4% em doze meses, enquanto as despesas de pessoal subiram 14,9%. Com isso, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco caiu de 100,6% para 99,3% no 1º trimestre de 2014.
Nesse primeiro trimestre foram conquistados mais 2,1 milhões de correntistas e poupadores, que totalizaram uma base com 73,7 milhões de clientes, crescimento de 10,8% quando comparado ao mesmo período de 2013.
“Ao seguir contratando empregados e abrindo novas agências, a Caixa dá bom exemplo para o Banco do Brasil e os bancos privados, que mesmo com lucros astronômicos vem cortando postos de trabalho, o que é injustificável. Não haverá desenvolvimento sustentável sem geração de empregos e distribuição de renda”, ressalta Carlos Cordeiro.
Fonte: Contraf-CUT com Dieese