Nesta segunda-feira (20), todos os empregados da Caixa Econômica Federal recebem a primeira parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Serão creditados 60% do total a que se tem direito, sendo que no banco a PLR é composta pela regra básica da Fenaban, pelo valor adicional e pela PLR Social.
A segunda parcela será paga até março do próximo ano. Importante ressaltar, no entanto, que essa é uma conquista histórica da categoria bancária, que veio com muita luta e que deve ser sempre lembrada e valorizada.
Antes da PLR, mais precisamente até o fim do governo de Fernando Henrique Cardoso e do PSDB, o que existia na Caixa era a chamada PRX. Tratava-se de um plano atrelado ao cumprimento de metas, que deixava a maioria dos trabalhadores sem receber nada e que tinha um caráter discriminatório, fazendo distinção entre o pessoal das áreas-meio e o das agências. O mecanismo foi apenas um entre vários que marcaram a truculência e o desrespeito da gestão dos tucanos.
A Participação nos Lucros e Resultados como se conhece hoje foi conquistada na Caixa em 2003. Aliás, o primeiro ano de governo do presidente Lula foi de muitas mudanças como o reconhecimento da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT) – que antecedeu a Contraf-CUT – como legítima representante da categoria, instituição da mesa de negociação permanente e a revogação da famigerada RH 008, que permitia demissões sem justa causa.
Em 2010, no âmbito da Caixa, veio um dos principais avanços: a criação da PLR Social. Ela garante a distribuição do equivalente a 4% do lucro líquido do banco, de forma linear para todos os empregados. É uma forma de reconhecer o esforço e a dedicação de todos os trabalhadores, sem diferenciação, que se tornaram essenciais para o sucesso de programas sociais como Bolsa Família, PAC e Minha Casa, Minha Vida, entre outros. Ano após ano, graças à mobilização dos bancários, a PLR Social tem sido mantida.
No ano seguinte, a presidente Dilma Rousseff assegurou a isenção total de Imposto de Renda sobre a PLR até R$ 6 mil e descontos progressivos a partir desse valor. A medida passou a valer em 2013. Atualmente, devido ao reajuste de 4,5% que entrou em vigor em 1º de janeiro, o limite está em R$ 6.270. Além de trabalhadores de bancos públicos e privados, a isenção vale para petroleiros, metalúrgicos, químicos e urbanitários de todo o país.
Muitos empregados da Caixa, sobretudo os que ingressaram na empresa após 2003, comemoram o recebimento da PLR sem se dar conta do histórico dos últimos 12 anos. Antes, havia uma distribuição de lucros que beneficiava o alto escalão do banco.
Hoje, graças à mobilização dos empregados e à retomada do diálogo entre governo e classe trabalhadora, temos um instrumento mais justo em benefício de todos aqueles que contribuem, diariamente, para uma Caixa mais forte e parceira do Estado na execução de políticas públicas.
Essa, inclusive, é uma reflexão que precisa ser feita nesse momento decisivo para o futuro do país. Não podemos permitir o retrocesso no que diz respeito às conquistas dos trabalhadores, especialmente dos empregados da Caixa. A PLR é apenas uma delas. É hora de avaliar quem realmente sempre esteve do lado da categoria. Quem garantiu avanços tem o caminho para promover novas e necessárias conquistas.
Fonte: Contraf-CUT com Fenae