Lucro líquido do banco alcançou R$ 11,5 bi de janeiro a setembro; meta do ano já foi superada
A Caixa Econômica Federal obteve um Lucro Líquido recorde de R$ 11,5 bilhões nos nove primeiros meses de 2018, com um expressivo crescimento de 83,7% em doze meses e 38,9% no trimestre e rentabilidade (Retorno sobre o Patrimônio Líquido– ROE) de 18,1%, com alta de 7,4 pontos percentuais, segundo análise elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Segundo o Relatório de Administração do banco, a meta para o ano já foi superada, com resultado operacional inédito de R$ 15,8 bilhões, com alta de 111,8% em doze meses.
Dentre os fatores que mais influenciaram o resultado do banco no período estão, o aumento de 17,5% no resultado bruto da intermediação financeira, o aumento das receitas com serviços em 8,7%, além da queda de 4,8% das despesas administrativas e de 36,5% da despesa de captação, em comparação com o mesmo período do ano passado.
O resultado também se deve, à expressiva redução de R$ 18,6 bilhões (ou 36,9%) das Despesas com Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PDD), na comparação com setembro de 2017. Essa queda reflete, em parte, o recuo de em 2,6% na carteira de crédito ampla nos últimos doze meses, a qual totalizou R$ 693,8 bilhões. Mas, especialmente, a diminuição das despesas com PDD se deve à mudança no perfil da carteira, com a forte migração da oferta para linhas de crédito de baixo risco. A inadimplência total, para atrasos acima de 90 dias, atingiu 2,44%, com recuo de 0,28 p.p. no período.
Emprego X receitas com prestação de serviços
As despesas com pessoal caíram 1,0% em doze meses, totalizando R$ 17,4 bilhões (incluindo o pagamento da PLR – sem contar com esse pagamento, as despesas de pessoal apresentaram queda de 7,1%). Já as receitas com prestação de serviços e renda das tarifas bancárias, ao final do 3º trimestre de 2018, totalizaram R$ 20,1 bilhões, com alta de 8,7%. Esse resultado foi influenciado pelas receitas de conta corrente, administração de fundos de investimento e serviços de Governo. Na prática, porém, observa–se a busca por uma rentabilidade cada vez maior em detrimento do papel social do banco, em um claro abandono da premissa antes adotada, de se manter como “o banco das menores taxas”. Assim, o índice de cobertura das despesas de pessoal alcançou 115,7%, com alta de 10,3 pontos percentuais.
Em doze meses, a Caixa fechou 1.352 postos de trabalho por meio, principalmente, do Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA) e do Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE). Encerrou o 3º trimestre com 86.427 empregados (redução de 1,5% do quadro).
Atendimento à população
Destaca–se, também, o fechamento de 57 agências/postos de atendimento no período. Esses fechamentos não se justificam, já que a sua base de clientes se ampliou em 4,2 milhões, o que aponta para uma significativa sobrecarga de trabalho sobre aqueles que permanecem no banco, que pode se agravar, diante da perspectiva de uma nova reestruturação, que vem sendo anunciada.
Como principal agente operador dos programas sociais do Governo Federal, a Caixa, de janeiro a setembro de 2018, pagou 200,5 milhões de benefícios sociais, ao trabalhador e aposentadorias, correspondendo a R$ 156,8 bilhões. Somente através programa Bolsa Família, foram pagos 118,1 milhões de benefícios totalizando R$ 21,5 bilhões no acumulado para o período. Dos programas voltados ao trabalhador, a Caixa foi responsável pelos pagamentos do Seguro-Desemprego, Abono Salarial, PIS e outros benefícios voltados para o trabalhador, que corresponderam a R$ 53,1 bilhões, num total de 55,0 milhões de benefícios pagos.
Veja abaixo a tabela resumo do balanço elaborada pelo Dieese. Se preferir, leia a íntegra da análise.
Fonte: Contraf-CUT