Passam os dias, as semanas e os empregados da Caixa no Acre continuam sendo surpreendidos com as mudanças abruptas que ocorrem em todo o território acreano, sob o taco gerencial da SR Acre. Na primeira quinzena de março ocorreram mais mudanças e nada foi informado ao sindicato ou ao corpo funcional. Colegas perderam funções, outros foram transferidos e se afastaram da família. E nenhuma palavra é dada para, no mínimo, tentar justificar o injustificável.
Os colegas com função gratificada, atingidos de forma negativa nessas mudanças, não têm forças de reagir, temendo se expor e ser vítimas de alguma perseguição ou de um revés ainda maior nas suas carreiras. Já os colegas em ascensão, praticam o que a Caixa vem paulatinamente interiorizando dentro de seus discursos e programas, “Resultado acima de tudo!” Querem estar entre os três maiores bancos do País. A qual custo? Ao custo da saúde, física e psicológica, de seus empregados? Ao custo da desintegração/separação de suas famílias? É claro que para alguns essas mudanças estão sendo benéficas, mas isso é apenas questão de tempo e de ponto de vista. Do mesmo modo que estas mudanças atingiram negativamente muitos empregados na atualidade, no futuro quando elas voltarem a ocorrer podem surpreender aqueles que hoje foram “abençoados”.
Os colegas sem função gratificada também foram atingidos por esse “tsunami” de mudanças, com amigos sendo prejudicados, distanciados de suas cidades, mas principalmente pelo clima de instabilidade e terror que lhes abateu durante todo esse processo. Nenhuma informação mais consistente sobre as mudanças acabam tirando dos colegas a vontade de serem “alta performance” – apesar de já darem o máximo de si no trabalho. O medo é de não “agradar” ao próximo gestor e ser “escanteado”, como tem ocorrido com muitos colegas. Muitos estão se desencantando em trilhar seu desenvolvimento profissional focado na gestão de agências, por essas e por outras posturas que a Caixa permite, e incentiva, que seus gestores tenham.
Eu tenho pouco mais de cinco anos de Caixa, mas já vi muita coisa acontecer. Estou vendo passar o terceiro superintendente. Já vi pessoas boas pedirem demissão, assim como já vi colegas serem demitidos, mas nunca tinha visto tantos colegas doentes, principalmente com doenças da mente.
unca tinha presenciado colegas trabalhando, de forma humilhante, sofrendo com dores de DORT/LER e ainda mesmo assim não terem a opção de, no mínimo, fazer um trabalho menos repetitivo, menos dolorido. Agora já vi, e me impressiono com a capacidade humana – de alguns poucos – de não se importar com seus semelhantes. Mas também já vi muitas coisas boas: nascimentos, aniversários, união matrimonial, solidariedade quando é pra defender algum colega mais afetado por qualquer problema. A maioria é assim: feliz, solidário, humano… E precisamos cultivar isso. Não podemos nos abater. Temos que levantar a cabeça e dizer: “Não! Não vai ser assim não! Queremos valorização! Queremos participação, ética, clareza, transparência!”.
Está ocorrendo na intranet caixa a pesquisa sobre o clima organizacional e nós precisamos dar a resposta também lá, precisamos responder, não pensando no amigo gerente, e sim pensando na função e nos poderes quase ilimitados que ela dá em alterar nossas vidas, precisamos responder pensando se queremos uma Caixa para as pessoas ou para o mercado. Precisamos dizer que a gestão da Caixa está errando. Vamos lá, responda!
Precisamos de uma Caixa cada vez mais Pública e voltada para o nosso povo!
Essa hora é de união. Vamos juntos que juntos venceremos qualquer desafio!
Eudo Rafael
Diretor de Formação Sindical do Sindicato dos Bancários
Gestão: Compromisso, Confiança e Responsabilidade.