O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, decidiu orientar os sindicatos de todo o país a realizarem assembleias para rejeitar a nova proposta apresentada pela Fenaban nesta sexta-feira 4, que eleva de 6,1% para 7,1% o índice de reajuste sobre os salários (aumento real de 0,97%) e para 7,5% sobre o piso salarial (ganho real de 1,34%). A proposta mantém as regras da PLR do ano passado.
“Consideramos a proposta insuficiente diante do tamanho dos lucros e da rentabilidade dos bancos. Até setores da economia muito menos lucrativos estão fazendo acordos com seus trabalhadores com reajustes salariais maiores. Os bancários estão fazendo a maior greve dos últimos 20 anos e os bancos têm condições de melhorar a proposta”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.
As negociações, que estavam interrompidas havia um mês, foram retomadas nesta sexta-feira, 16º dia da greve nacional dos bancários, quando 11.409 agências e centros administrativos de bancos privados e públicos foram paralisados nos 26 estados e no Distrito Federal, segundo levantamento da Contraf-CUT.
O Comando Nacional encaminhou documento à Fenaban reafirmando “a necessidade de os bancos apresentarem uma nova proposta que de fato atenda às reivindicações econômicas e sociais dos bancários”.
O Comando também espera que os bancos públicos retomem as negociações específicas.
A nova proposta dos bancos
Reajuste: 7,1% (0,97% de aumento real).
Pisos: Reajuste de 7,5% (ganho real de 1,34%).
– Piso de portaria após 90 dias: R$ 1.138,38.
– Piso de escriturário após 90 dias: R$ 1.632,93.
– Piso de caixa após 90 dias: R$ 2.209,01 (que inclui R$ 391,13 de gratificação de caixa e R$ 184,95 de outras verbas).
PLR regra básica: 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.694,00 (reajuste de 10%), limitado a R$ 9.011,76.
PLR parcela adicional: 2% do lucro líquido distribuídos linearmente, limitado a R$ 3.388,00 (10% de reajuste).
Auxílio-refeição: de R$ 21,46 para R$ 22,98 por dia.
Cesta-alimentação: de R$ 367,92 para R$ 394,04.
13ª cesta-alimentação: de R$ 367,92 para R$ 394,04.
Auxílio-creche/babá: de R$ 306,21 para R$ 327,95 (para filhos até 71 meses). E de R$ 261,95 para R$ 280,55 (para filhos até 83 meses)
Adiantamento emergencial – Não devolução do adiantamento emergencial de salário para os afastados que recebem alta do INSS e são considerados inaptos pelo médico do trabalho em caso de recurso administrativo não aceito pelo INSS.
Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho – Redução do prazo de 60 para 45 dias para resposta dos bancos às denúncias encaminhadas pelos sindicatos, além de reunião específica com a Fenaban para discutir aprimoramento do programa.
Adoecimento de bancários – Constituição de grupo de trabalho, com nível político e técnico, para analisar as causas dos afastamentos.
Inovações tecnológicas – Realização, em data a ser definida, de um Seminário sobre Tendências da Tecnologia no Cenário Bancário Mundial.
As principais reivindicações dos bancários
> Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação)
> PLR: três salários mais R$ 5.553,15.
> Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).
> Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.
> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
> Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.
(Atualizada às 18h15)