O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT e que tem a participação da Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN), realiza com a Fenaban nesta quarta-feira 9, em São Paulo, a terceira rodada de negociação da Campanha 2015, focada no tema igualdade de oportunidades.
“Apesar dos avanços que conquistamos nos últimos anos, persiste dentro dos bancos uma grande discriminação contra as mulheres, contra os negros, contra os homoafetivos e contra as pessoas com deficiência. Precisamos acabar com essas injustiças, que se refletem principalmente na diferença de remuneração”, afirma José Avelino, presidente da Fetec-CUT/CN e integrante do Comando Nacional.
As discriminações foram confirmadas pelo II Censo da Diversidade, conquista da Campanha Nacional dos Bancários de 2013, cujos dados foram publicados em novembro de 2014. Houve avanços em relação ao I Censo, realizado em 2008, mas ainda insuficientes.
Por isso o Comando Nacional insistirá no fortalecimento da Comissão Bipartite de Igualdade de Oportunidades, com o objetivo de desenvolver propostas de orientação a empregados, gestores e empregadores no sentido de prevenir eventuais distorções que levem a atos e posturas discriminatórias nos ambientes de trabalho e na sociedade de forma geral. A Comissão trabalhará com as premissas apontadas nos Programas Febraban de Valorização da Diversidade no Setor Bancário e de Capacitação Profissional e Inclusão Social de Pessoas com Deficiência do Setor Bancário,
A Comissão Bipartite, reivindicam os representantes dos bancários, deverá realizar reuniões trimestrais para acompanhamento dos programas.
No ritmo atual, as mulheres levarão 88 anos para ganhar o mesmo que os homens
As mulheres continuam subrepresentadas no sistema financeiro em comparação com a PEA (População Economicamente Ativa). Maioria na sociedade brasileira, as mulheres representam 48,3% da força de trabalho no país, segundo a última PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) do IBGE. Nos bancos, elas somam 43,3%, de acordo com o II Censo da Diversidade.
Em relação aos salários, a diferença entre à remuneração média de mulheres e homens teve pequena redução no sistema financeiro, quando se compara os Censos de 2008 e 2014. No I Censo da Diversidade, as bancárias recebiam remunerações médias equivalentes a 76,4% das remunerações médias auferidas pelos homens nos bancos.
Em 2014, essa relação passou a ser equivalente a 77,9%, demonstrando avanço de 1,5 ponto percentual em seis anos. Se mantido o ritmo de aproximação de salários entre homens e mulheres nos bancos, a equiparação salarial entre os sexos levará 88 anos para se completar.
Fonte: Fetec-CUT