A Contraf-CUT, federações e sindicatos retomaram com a Fenaban, na tarde desta segunda-feira (24) a mesa temática de Segurança Bancária, em São Paulo. Foi a primeira reunião após o final da Campanha Nacional dos Bancários 2014. Os dirigentes sindicais cobraram mais segurança dos bancos para proteger a vida de trabalhadores e clientes. Um calendário de debates trimestrais foi definido para 2015, com temas já pautados pelos bancários, cujas datas serão fechadas nas próximas semanas.
Projeto-piloto
Na Campanha 2014 não houve avanços em relação à segurança na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). “Saímos frustrados, pois tínhamos a expectativa de que as medidas testadas e aprovadas no projeto-piloto realizado em Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes seriam incluídas na CCT e estendidas para todo o Brasil, melhorando a prevenção contra assaltos e sequestros e combatendo o crime da saidinha de banco”, afirma o secretário de Imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.
Nas negociações, a Fenaban se limitou a propor a realização de um novo projeto-piloto em duas cidades, uma a ser escolhida pelos bancos e outra pelo movimento sindical, mas nos mesmos moldes. O Comando Nacional propôs que novas medidas fossem contempladas para que também fossem testadas, mas a proposta não foi aceita pelos bancos.
O assunto foi retomado na reunião desta segunda. “Os bancos têm que ter ousadia e evolução, acrescentado novos itens de segurança em eventuais novos projetos-piloto, além da porta giratória com detectores de metais, câmeras internas e externas, biombos, guarda-volumes e vigilantes armados e com coletes balísticos”, ressalta João Rufino, diretor do Sindicato dos Bancários de Pernambuco e representante da Fetrafi-Nordeste.
“Não se justifica repetir um projeto-piloto apenas para validação das medidas. Seria uma oportunidade desperdiçada para testar equipamentos que não foram incluídos na experiência de Pernambuco e que podem melhorar a segurança e proteger a vida das pessoas”, reforça Ademir.
Depois dos debates, a Fenaban disse que iria consultar os bancos e trazer uma resposta na próxima mesa temática. Já os dirigentes sindicais ficaram de levar o tema para apreciação no Comando Nacional.
Avanço na estatística semestral da Fenaban
Após cobrança feita anteriormente pela Contraf-CUT para a necessidade de abrir os números de assaltos em nível nacional, a Fenaban anunciou que os bancos analisaram a demanda e definiram que os próximos dados da estatística semestral serão informados também por região do país.
Para Ademir, “trata-se de um avanço, pois será possível verificar as ocorrências em cada uma das cinco regiões, identificando onde a violência é maior”. Ele aproveitou para reivindicar novos avanços, como a exibição dos números por estado e por agência e PAB, mas a Fenaban não aceitou.
Conforme determina a cláusula 32ª da CCT, a estatística do segundo semestre de 2014 será informada pela Fenaban até a primeira quinzena de fevereiro de 2015, durante a próxima reunião da mesa temática.
Segurança nas agências de negócios
A Contraf-CUT pautou o problema da falta de segurança nas agências de negócios para discussão na próxima mesa temática, em fevereiro de 2015.
“Queremos aprofundar o debate com os bancos e mostrar o enorme risco de violência a que estão expostos diariamente bancários e clientes, diante da ausência de vigilantes, portas de segurança e outros equipamentos de segurança”, destaca Ademir. “Além da placa do banco, essas unidades possuem caixa eletrônico com operações de abastecimento, saques e depósitos, evidenciando que existe movimentação de numerário e, portanto, conforme a lei federal nº 7.102/83, é obrigatória a presença de vigilantes”, salienta.
Prevenção contra sequestros de bancários
Para a segunda reunião da mesa temática em 2015, a ser realizada em maio, a Contraf-CUT já pautou o problema do sequestro que atinge bancários e seus familiares. “É preciso eliminar esse risco constante a que ainda estão submetidos vários gerentes e tesoureiros, os que levam as chaves do banco para casa, um procedimento arcaico que não se encaixa num setor de ponta em tecnologia no Brasil”, aponta Ademir.
“O assunto foi discutido na mesa de negociação da Campanha 2014 e remetido pela Fenaban para a mesa temática. Queremos debater inclusive experiências que alguns bancos já estão implementando, como a contratação de empresas de segurança para fazer a abertura e fechamento dos estabelecimentos e a utilização de controle remoto, acabando com a guarda das chaves pelos bancários”, conclui o diretor da Contraf-CUT.
Fonte: Contraf-CUT