A Contraf/CUT, federações e sindicatos se reúnem na próxima segunda-feira, dia 3 de novembro, às 15h, com a Fenaban, em São Paulo, para retomar a mesa temática de Igualdade de Oportunidades. Essa será a primeira reunião depois do encerramento da Campanha Nacional dos Bancários 2014.
“Esperamos que a Fenaban apresente os dados completos do II Censo da Diversidade, realizado entre 17 de março e 9 de maio, a fim de que possamos conhecer e avaliar os resultados para discutir medidas para combater as discriminações”, afirma a secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, Andrea Vasconcelos.
Durante as negociações da Campanha 2014, após muita pressão do Comando Nacional, a Fenaban apresentou dados preliminares, parciais e fragmentadas do II Censo. “Foi uma atitude que frustrou a expectativa da categoria, já que houve período suficiente para a compilação dos dados”, destaca Andrea. “No entanto, o que foi divulgado sinaliza que a desigualdade de gênero ainda é gritante no sistema financeiro e precisa acabar”, ressalta.
Do total de 458.922 trabalhadores dos 18 bancos que participaram do II Censo, responderam ao questionário 187.411 bancários, o que significa 41%, dos quais 51,7% de homens e 48,3% de mulheres.
Dos que responderam a pesquisa, 74,6% são brancos e 24,9% negros. Isso demonstra que houve aumento de bancários de cor negra nos bancos desde 2008, quando 19% da categoria assim se identificavam.
Conforme os poucos dados exibidos, as mulheres bancárias continuam sendo discriminadas nos bancos. Elas recebem 77,9% do salário médio dos homens, apenas 1,5 ponto percentual a mais em relação ao I Censo, promovido em 2008.
Uma das novidades do II Censo foi a inclusão de uma variável de orientação sexual para medir a participação da população LGBT na categoria bancária. Do total dos que responderam ao questionário, 85% se declararam heterossexual, 1,9% assumiram a homossexualidade, 0,6% disseram ser bissexual, 12,4% não responderam e 0,1% assinalaram outra opção.
Para Andrea, os bancos não podem mais postergar a liberação dos resultados. “Queremos um relatório completo, pois as informações do II Censo são fundamentais para que a gente possa analisar a realidade da categoria, corrigir as distorções existentes, construir e discutir com os bancos a implantação de uma política efetiva de igualdade de oportunidades e resultados”.
Reunião da CGROS
Antes da mesa temática, a Contraf-CUT realiza na segunda-feira, às 10h, uma reunião da Comissão de Gênero, Raça e Orientação Sexual (CGROS), na sede da Confederação, na capital paulista, para preparar os debates com a Fenaban.
Fonte: Contraf-CUT