Nas negociações sobre saúde que ficaram pendentes da rodada do dia 2 de setembro, e que foram realizadas nesta terça-feira 15 em São Paulo com o Comando Nacional dos Bancários, integrado pela Federação Centro Norte (Fetec-CUT/ CN), a Fenaban admitiu o aumento de adoecimentos na categoria e que esse grave problema precisa ser resolvido, mas não apresentou nenhuma proposta que avançasse nessa direção.
Nesta quarta-feira 16 o Comando realiza a quarta rodada de negociação da Campanha Nacional 2015 com os bancos, agora para discutir as reivindicações econômicas, que incluem reajuste de 16% e PLR de três salários mais parcela adicional de R$7.246,82 .
“Apesar de a Fenaban admitir que existe problemas com as metas, não ofereceu nenhuma proposta e não houve avanço em relação aos problemas dos adoecimentos, metas abusivas e assédio moral”, afirma José Avelino, presidente da Fetec-CUT/CN e integrante do Comando Nacional.
O Comando Nacional reivindica a definição de uma política de prevenção de adoecimentos conjunta, com diretrizes e princípios que serão especificadas banco a banco posteriormente. Além do acompanhamento das comissões de trabalhadores em todos os bancos.
“Vamos aguardar a negociação desta quarta sobre remuneração. Esperamos que os banqueiros reconheçam também que nossos salários não são compatíveis com o que os bancários produzem e que já apresentem uma proposta que atenda nossa expectativa para que a categoria possa avaliar”, acrescenta Avelino.
Remuneração
Os representantes dos bancários vão negociar nesta quarta as cláusulas econômicas da pauta de reivindicações, encerrando a primeira fase da Campanha Nacional 2015.
Com muita mobilização e greves, os bancários conquistaram 20,7% de aumento real nos salários e 42,1% de ganho real no piso salarial nos últimos 11 anos. Mas os resultados dos bancos neste último período foram muito superiores, graças ao empenho e à produtividade da categoria, como mostra a tabela abaixo.
“E no primeiro semestre de 2015 somente os cinco maiores bancos apresentaram lucro líquido de R$ 36,1 bilhões em seis meses, um aumento de 27,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Eles têm a maior rentabilidade do sistema financeiro mundial e podem perfeitamente atender as reivindicações dos bancários”, afirma José Avelino. “Por isso os trabalhadores exigem remuneração decente, que passa por aumento real de salário, valorização do piso e melhoria da PLR”.
Principais reivindicações econômicas
– Reajuste salarial de 16% (reposição da inflação mais 5,7% de aumento real).
– PLR: três salários mais parcela adicional de R$7.246,82 .
– Piso: R$ 3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
– Vales alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
Como foram as negociações até aqui
Até agora os bancos praticamente não aceitaram nenhuma proposta para as reivindicações da categoria aprovadas na 17ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada de 30 de julho a 1º de agosto em São Paulo.
A primeira rodada, no dia 19 de agosto, tratou de emprego. Veja aqui como foi.
A segunda foi realizada nos dias 2 e 3 de setembro, sobre saúde, condições de trabalho e segurança bancária. (Veja aqui como foi dia 2) – (Veja aqui como foi dia 3).
E no terceiro encontro o Comando discutiu com a Fenaban o tema igualdade de oportunidades. Leia aqui.
Veja aqui o calendário de negociações da Campanha Nacional dos Bancários 2015 e o que já foi discutido com os bancos.
Fonte: Fetec-CUT/CN