Na quarta rodada de negociação da Campanha Nacional 2016, realizada nesta segunda-feira, 29, em São Paulo, a Fenaban apresentou proposta de reajuste de 6,5% (2,80% a menos que a inflação do período), abono salarial de R$ 3.000,00, manutenção da fórmula de PLR do ano passado e ignorando as reivindicações sobre saúde, condições de trabalho, segurança e igualdade de oportunidades.
A proposta patronal não agradou o Comando Nacional dos Bancários, tanto que a mesma foi refutada na própria mesa de negociação. Com isso, a Contraf/CUT orienta os sindicatos a realizarem assembleias nesta quinta-feira 1º de setembro para decidir sobre a proposição dos bancos.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários do Acre, Edmar Batistela, a categoria espera a Fenaban reavalie seu posicionamento e apresente nova proposta que contemple as reivindicações da categoria. Em caso contrário, os bancários não terão outra saída a não ser encaminhar para a greve a partir do dia 6 de setembro.
Batistela explica ainda que a proposta da Fenaban além de não satisfazer as questões econômicas, ela ignora ignoraram nossas reivindicações sociais, que consideramos muito importantes, como garantia de emprego, saúde e condições de trabalho, combate ao assédio moral, segurança e igualdade de oportunidades.
O dirigente confirmou que a assembleia da categoria ocorre nesta quinta-feira (1º), às 16h30 em segunda convocação, na Praça Povos da Floresta, localizada na Rua Arlindo Porto Leal, centro de Rio Branco.
Veja a proposta da Fenaban
Reajuste de 6,5% (perda de 2,80% em relação à inflação de 9,57% dos últimos 12 meses) sobre todas as verbas salariais.
Abono salarial de R$ 3.000,00, em única parcela, que não será incorporado aos salários.
Piso portaria após 90 dias – 1.467,17 (incidência dos 6,5% aos valores atuais).
Piso escritório após 90 dias – R$ 2.104,55.
Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.842,96 (salário mais gratificação mais outras verbas de caixa).
PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 2.153,21, limitado a R$ 11.550,90,. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 25.411,97.
PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 4.306,41.
As principais reivindicações dos bancários
Reajuste salarial de 14,78%, o que significa 5% de aumento real acima da inflação.
PLR de três salários mais R$ 8.317,90 fixos para todos.
Piso salarial de R$ 3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$ 880,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, como determina a legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
O calendário de negociações
Calendário de mobilização