A segunda mesa de negociação permanente entre o movimento sindical (Contraf-CUT, Fetec-CUTC/N e Sindicato dos Bancários do Pará) e o Banco da Amazônia, nessa quinta-feira (16), discutiu as horas extras e o banco de horas, umas das principais reclamações feitas pelo funcionalismo durante as Caravanas Bancárias realizadas pelo Pará.
Durante a reunião, o banco informou que há interesse em organizar as horas extras, e que pretende pagá-las, bem como criar um banco de horas. Sobre o banco de horas, as entidades deixaram claro que são contra essa medida, e que além disso, há exemplos de outras instituições financeiras que fazem o banco de horas e se encontram com diversos problemas na compensação, como por exemplo: prazo para que o trabalhador possa compensá-las, acordo entre as partes no dia da compensação, além da morosidade para a compensação das horas.
“Tudo o que nós queremos é a garantia dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Horas extras devem ser pagas e não ser contabilizadas em um banco de horas. E quando um trabalhador faz horas extras quase que todos os dias é a prova de que faltam bancários para dar conta da demanda, por isso pedimos ao banco a convocação de mais empregados e empregadas”, destaca a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.
“Nós do Sindicato estamos sensíveis ao trabalhador que está na base e vamos ao encontro de preencher as lacunas que representam as necessidades dos trabalhadores”, garante o diretor do Sindicato, vice-presidente da Fetec-CUT/CN e funcionário do Banco da Amazônia, Sérgio Trindade.
Depois de um amplo debate, foi marcada outra reunião para a segunda quinzena de agosto, onde será retomada a negociação sobre as horas extras e o banco de horas.
“A mesa de negociação está com novos membros da parte da direção do banco, esperamos isso possa ser um ponto positivo, que sejam mais sensíveis na dinâmica do processo. Esperamos também que o resultado dos debates na mesa renda bons frutos para os trabalhadores e trabalhadoras”, ressalta o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Carlindo Dias “Abelha” que será o representante da Confederação nas próximas negociações com o Banco da Amazônia.
Ponto eletrônico
Antes de começar o debate sobre horas extras, o Banco da Amazônia solicitou das entidades sindicais um posicionamento sobre os documentos apresentados referentes ao ponto eletrônico.
Com relação ao Manual do Usuário, as entidades solicitaram a inclusão de marcação de pausa de 10 minutos aos empregados que exercem atividades repetitivas, de acordo com cláusula 35 da Convenção Coletiva de Trabalho, com vigência 2014/2015, além da previsão contida na cláusula 16 do Acordo Coletivo de Trabalho vigente.
As entidades sindicais também pediram a apresentação de exemplos tendo como base o gozo do descanso intervalar (15 minutos) dentro da jornada de trabalho, levando-se em consideração a decisão proferida nos autos do processo nº 000.0084-73.2013.5.08.0009.
Outra reivindicação foi a alteração do texto contido no item 3.4.1.3 do referido manual, no sentido de esclarecer a tolerância e flexibilização da marcação do ponto.
Já em relação à MN sobre o horário de trabalho foi requerido a alteração da redação proposta no item 40.1.4, levando-se em consideração todas as funções que exercem jornada de seis horas, por força da atribuição à ela inerente ou por decisão judicial.
Quinze minutos de pausa
Os representantes dos trabalhadores pediram mais uma vez ao banco que o intervalo de 15 minutos, gozado dentro da jornada de trabalho, seja estendido a todos os empregados e empregadas. O banco disse que cumpre o que foi determinado pela Justiça.
Além de Rosalina Amorim, Sérgio Trindade, e Carlindo Dias”Abelha” o funcionalismo do Banco da Amazônia esteve representado por outro diretor da Fetec-CUT/CN, Ronaldo Fernandes e pelo assessor jurídico do Sindicato, Luiz Fernando Galiza.
Pela instituição financeira estava o coordenador da Comissão e gerente executivo da Gesop, Francisco Moura, pelas gerentes executivas, Bruna Carla Paraense (Gepes), Ana Paula Bulhões Leal (Gecor), e ainda pela secretaria da Comissão, Maria José Amaral.
Plano de saúde
O próximo tema das mesas de negociação permanente será o plano de saúde do funcionalismo do Banco da Amazônia. A reunião está agendada para segunda-feira (20) na matriz do banco.
Fonte: Contraf-CUT e Seeb Pará