Por Josette Goulart | Estadão Conteúdo – sáb, 8 de nov de 2014
O banco HSBC Brasil demitiu nesta semana entre 800 e 1 mil funcionários, segundo estimativas do sindicato dos bancários de São Paulo e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Os cortes foram realizados em todo o País e representam por volta de 4,5% do total de empregados do banco.
A instituição financeira não quis fazer qualquer comentário sobre o assunto, tampouco confirmou o número de demitidos. Nesta sexta-feira, funcionários do banco paralisaram as atividades de agências de Curitiba, onde fica a sede da instituição no País, em forma de protesto contra as demissões. De acordo com informações dos sindicatos dos bancários, o centro administrativo em São Paulo, onde trabalham cerca de 1,2 mil funcionários, também ficou paralisado na sexta-feira.
Os cortes ocorrem um mês após o encerramento da greve dos bancários, que chegaram a um acordo com o sindicato patronal e aceitaram um reajuste salarial de 8,5% no dia 6 de outubro. A reivindicação inicial dos bancários era de um reajuste de 12,5%.
Ao todo, o HSBC tem 21,2 mil funcionários no Brasil, segundo dados informados ao Banco Central. Entre os bancos privados, a instituição é a quarta maior do País e no ranking geral ocupa o sétimo lugar em número de ativos. O banco não tem capital aberto na bolsa de valores local e portanto não divulga seus resultados no Brasil como fazem seus principais concorrentes.
De qualquer forma, a matriz da instituição divulgou os resultados globais do banco na segunda-feira. Nos negócios da América Latina, o lucro teve uma forte queda, de mais de 55%, puxada por Brasil e México. Em setembro de 2013, as operações latino americanas tinham apresentado um lucro de US$ 220 milhões, que caiu agora para US$ 96 milhões.
Os sindicatos temem novas demissões em outros bancos. De um lado, os banqueiros entendem que os reajustes têm aumentado significativamente as despesas. De outro, os funcionários alegam que os bancos nunca lucraram tanto, citando principalmente o Itaú Unibanco, que registrou seu recorde neste ano, com ganhos de R$ 5,4 bilhões somente no terceiro trimestre. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.