Por Gisele Coutinho
São Paulo – Está lá no site do Banco do Brasil: “a responsabilidade socioambiental do BB é uma política empresarial que propõe incorporar princípios do desenvolvimento sustentável no planejamento de suas atividades, negócios e práticas administrativas”. Mas, será que isso faz sentido em um banco que lucrou R$ 14,4 bilhões em 2015, acréscimo de 28% em relação a 2014, mas reduziu 2.437 postos de trabalho no mesmo período?
O corte foi influenciado pelo plano de aposentadoria incentivada, implantado pelo banco. “Enquanto postos de trabalho são eliminados, o funcionalismo adoece. Bancários estão sobrecarregados, preocupados com a questão do descomissionamento, com produtos que precisam vender e metas quase sempre abusivas”, destaca o secretário de Estudos Socioeconômicos do Sindicato, Claudio Luis de Souza, cobrando a responsabilidade socioambiental do banco público. “Essa preocupação com as práticas administrativas tem total relação à pressão por metas. Os princípios sustentáveis dessa instituição são de lucrar e ainda sim sobrecarregar seus funcionários?”, questiona.
Em todo o país, o Banco do Brasil fechou 95 unidades, terminando o ano com 5.429 agências. “Tantas unidades fechadas atinge a população, que precisa dos serviços do BB, e também prejudica o bancário, sobrecarregado com carteiras de clientes”, lembra Cláudio.
O lucro líquido ajustado do BB, que exclui os efeitos de itens extraordinários, atingiu R$ 11,594 bilhões no ano, variação 2,2% superior ao observado em 2014. A rentabilidade ajustada no período foi de 13%. O resultado obtido em 2015 foi impactado pela receita da operação Cateno – acordo de associação entre BB Elo Cartões e Cielo no ramo de meios eletrônicos de pagamento – que gerou resultado de R$ 3,212 bilhões no lucro líquido no período.
O patrimônio líquido do BB cresceu 1,14% e alcançou o montante de R$ 81,536 bilhões. O índice de inadimplência – relação entre as operações vencidas há mais de 90 dias e o saldo da carteira de crédito classificada – alcançou 2,38% em dezembro de 2015,ou 0,35 pontos percentuais acima de dezembro de 2014. Apesar do pequeno aumento da inadimplência, a despesa de PDD subiu significativamente (44,7%) em relação a 2014 e alcançou o montante de R$ 25,776 bilhões.
Cassi – O dirigente reforça que os funcionários do BB reivindicam soluções para o déficit da Cassi, e que com a receita extraordinária da operação Cateno o banco cobriria despesas. “O investimento na Cassi é primordial, e vamos seguir cobrando que isso seja feito”, conclui.
Fonte: SPBancários