DA REDAÇÃO
O surgimento da atividade esportiva no meio sindical bancário acreano, em princípio, era visto com desconfiança. No início da década de 1990, a realidade, aos poucos, tomou outro rumo, não apenas por se passar a entender que era uma necessidade eminente para o discurso sindical chegar aos ouvidos dos filiados, mas também pela paixão do brasileiro pelo futebol.
O primeiro campeonato interno organizado pelo Sindicato dos Bancários nasceu de uma ideia do então vice-presidente João Roberto Braña, após uma conversa com o desportista Jean Lopes, então presidente da Federação Acreana de Futsal.
Inscritos os times, a bola rolou na quadra de cimento do Bairro José Augusto. Corria o ano de 1991. O torneio, além de contar com a participação das equipes do Banacre, Banco do Brasil e de outras instituições financeiras da capital, era ainda composto por uma agremiação do Sindicato dos Bancários do Acre. João Braña, Manoel Façanha, Elson, Manoel Saldanha, entre outros, vestiram a camisa da entidade.
Primeiro passo
O primeiro passo dado para a introdução da pasta esportiva no Sindicato foi o convite do saudoso sindicalista João Taboada (Banco do Brasil) ao amigo Manoel Façanha, então escriturário do Banco Itaú, para concorrer ao cargo de diretor de Esporte, Lazer e Cultura da entidade nas eleições de 1991/1994. Façanha topou o desafio e, meses após a vitória nas urnas da chapa “Sindicato é Massa” nas eleições sindicais, obteve sua frequência livre para atuar no Sindicato, inclusive refutando uma proposta para assumir num futuro bem próximo uma função de caixa da unidade onde trabalhava.
A chegada de Manoel Façanha movimentaria de vez o meio esportivo e social do sindicato bancário. Um das primeiras ações do dirigente foi instituir a criação da filmoteca da categoria, hoje já extinta. A manutenção do certame da Copa Bancária de Futsal – hoje já está na 22ª edição -, também foi outra prioridade.
Estadual de futsal
Façanha, juntamente com João Roberto Braña, ainda seriam responsáveis diretos pela participação do Sindicato dos Bancários do Acre na disputa do Campeonato Estadual de Futsal (1993), competição organizada pela Federação Acreana de Futsal (Fafs). Os atletas foram devidamente inscritos na Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS). Waltinho, Altair, Alcides, Nande, Jorge Tijolo, Ley, Dim, Agamenon, Rômulo, Façanha, César Limão (convidado), entre outros, fizeram parte do time. A beira da quadra, o time foi orientado pelo professor José Aparecido Pereira dos Santos (Nino), ex-atleta e técnico profissional e hoje docente do curso de Educação Física da Universidade Federal do Acre (Ufac).
O bancário Francisco Roderley (Ley) lembra de forma positiva a participação dos bancários naquela competição estadual.
“Foi algo inédito para nossa entidade, disputamos com equipes de ponta futsal local numa época áurea da modalidade e, mesmo com um time composto por maioria de bancários, não decepcionou”, avaliou Ley.
Sindicato interage com a comunidade
Neste primeiro mandato de Manoel Façanha, o Sindicato ainda disputaria outras duas edições de campeonatos metropolitanos de futsal, torneio organizado pela Fafs, além de outros torneios ocorridos na hoje extinta Associação Atlética Banacre. Também neste período, o Sindicato promoveria nas dependências do Ginásio da AABB/Rio Branco, o I Campeonato de Voleibol Masculino e Feminino. O torneio contou com a participação de equipes do Banacre, Banco do Brasil e Banco Real.
I Olimpíadas Bancárias
Reeleito para o cargo(1994/1997), Manoel Façanha organizaria as I Olimpíadas Bancárias (dezembro de 1996), com provas de natação, atletismo, jogos de mesa (dama, xadrez, sinuca e dominó), além das modalidades de futsal e futebol soçaite. Um sucesso para a época, onde quase 200 bancários caíram n’água, foram às pistas, sentaram à mesa para jogos de salão e ainda encontraram fôlego para bater uma bolinha.
Neste segundo mandato à frente da pasta de Esportes, Manoel Façanha, junto com o bancário do Banacre Olimar, inscreveram uma equipe feminina no campeonato soçaite da extinta Funbesa, mas não havia bancárias entre as atletas inscritas na competição.
Também neste período, o Sindicato participaria de duas edições de campeonatos organizados pelo Sindicato dos Fiscais Municipais. Ley, Dim, Rômulo, Leitão, Sergio Vargas, Alcides, Altair, Lauro, Jorge Dias, Agamenon, Isaias (convidado), entre outros, vestiam a camisa da entidade sindical.
Naquela época, o esporte no meio sindical bancário não apenas servia de ferramenta para organizar a categoria, mas era um instrumento capaz de colocar o Sindicato presente na sociedade e nos noticiários.
Hoje, responsável pela diretoria de Imprensa/Comunicação do Sindicato, Manoel Façanha lembra com saudosismo os tempos dedicados à pasta de esporte da entidade.
– Era uma época em que apreendi muito, fiz muitas amizades, não apenas no meio bancário, mas também no meio esportivo.
O sucesso para a construção desse legado esportivo no meio sindical bancário, na avaliação de Manoel Façanha, foi construído na base de muita dedicação e responsabilidade.
– Sempre encontrei apoio da direção do Sindicato nas minhas ações para a pasta de Esporte. No entanto, acho que o segredo para a boa condução foi vivenciá-la com muita paixão e respeito aos participantes. Lembro-me, ainda, que a maioria das competições ocorriam aos finais de semana, assim como minha presença sendo algo imprescindível no local das partidas, não apenas para coordenar os torneios, mas para ajudar na organização sindical da categoria, usando o esporte como ferramenta.
Mário César assume o Esporte
Com a ida de Manoel Façanha para a pasta de Imprensa e Comunicação do Sindicato, o Mário César Diniz, funcionário da extinta Finasa, assumiria a diretoria de Esportes (1997/2000). Formando no curso de Educação Física da Universidade Federal do Acre (Ufac), o bancário manteve viva a disputa da Copa Bancária de Futsal, mas como ainda não tinha frequência livre para atuar no Sindicato, algo ocorrido apenas no segundo ano do mandato, encontrou dificuldades para a realização de mais eventos.
Funcionário do BB é o novo diretor de esportes
Na quinta diretoria constituída do Sindicato dos Bancários (2000/2003), a pasta de Esportes, Cultura e Lazer ficou na responsabilidade do ex-atleta profissional Francisco Roderley (Ley). Funcionário do Banco do Brasil e com bacharelado em Educação física, o bancário manteve viva a disputa da Copa Bancária de Futsal, além da Copa de Dominó e a disputa da Copa Soçaite, mas como não tinha frequência livre de dirigente sindical e as finanças do Sindicato não vivia bom momento, devido ao fechamento do Banco do Estado do Acre (Banacre), chegou a enfrentar algumas dificuldades. No entanto, a seriedade e o compromisso com a pasta foram pontos positivos durante sua gestão.
O legado
Mesmo sem representação política nas décadas de 70 e início dos anos 80, o esporte não ficou ausente do meio bancário, conforme relata à Revista dos Bancários o ex-funcionário do extinto Banco Real Paulo Maia, hoje aposentado. Segundo ele, naquela época era comum jogos amistosos entre as unidades bancárias.
Maia lembra ainda que neste período, apesar de não existir no Estado nenhum instrumento de organização sindical, a classe era bastante unida e solidária.
Com a atividade esportiva correndo nas veias, Paulo Maia, então, junto com um outro bancário cujo nome ele não lembra, resolveram organizar o I Campeonato de Futsal Interbancário, em 1980. Um sucesso para a época. Os jogos foram realizados nas quadras da Polícia Militar e do Colégio Meta e o grande campeão foi o time do Banacre.
Equipe do Banco Real (foto). Em pé: Edvaldo Matos, Carlos Alberto, Alcindo Mendonça, Paulo Maia. Agachados: José Jesus, Sergio e Pedro Brilhante.
Francisco Leitão: um desportista nato
Com muitos anos de militância no esporte local, inclusive vestindo as camisas de Rio Branco e São Francisco, clubes tradicionais da capital acreana, o bancário da Caixa Econômica Federal Francisco Leitão, hoje com 55 anos, foi por duas oportunidades diretor de Esportes Cultura e Lazer do Sindicato dos Bancários do Acre.
Conhecido no meio bancário por Leitão, antes mesmo de assumir a diretoria de Esportes, já contribuía indiretamente com a pasta ao participar dos eventos e organizar as equipes da Caixa Econômica.
Mesmo não tendo frequência livre para desenvolver as atividades diárias da pasta, Leitão persistia na realização de eventos e, para tal, contava com a colaboração dos dirigentes sindicais liberados.
Em conversa com a Revista Acre Bancário, Francisco Leitão deu o seguinte depoimento:
“Enquanto me foi dada a oportunidade de estar à frente da diretoria de Esportes, Cultura e Lazer do Sindicato dos Bancários do Acre, só tenho a agradecer às pessoas que acreditaram no meu trabalho e dizer que isso foi motivo de orgulho e satisfação a minha pessoa”.
Leitão explicou ainda que sempre buscou desenvolver com seriedade e imparcialidade o seu trabalho na diretoria de Esportes, mesmo sendo representante das equipes da Caixa.
Ele agradeceu ainda a ajuda de forma muito profissional do diretor de imprensa do Sindicato, Manoel Façanha, e aos demais diretores por ter sempre lhe dado carta branca durante as competições organizadas por ele.
Por fim, Leitão ressaltou o ambiente muito saudável que sempre teve com os participantes. De forma que, segundo ele, proporcionaram bons momentos enquanto a diretoria esteve na sua responsabilidade.
Sá: experiência na pasta de Esporte
Ex-presidente da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB/Rio Branco) por dois mandatos, Raimundo Cordeiro de Sá, 53 anos, quase 30 deles dedicados às fileiras do Banco do Brasil, assumiu a pasta de diretor de Esportes, Cultura e Lazer do Sindicato na gestão do presidente Edmar Batistela (2012/2015).
Sempre muito sereno na condução dos trabalhos, Sá busca vivenciar ativamente as competições organizadas por ele. Um das características marcantes da sua administração, além do bom jogo de cintura para conduzir com imparcialidade a sua pasta, diz respeito ao fato dele sempre chegar com antecedência aos locais de competições oferecidas pelo Sindicato.
Mesmo não sendo um dirigente sindical com frequência livre para desenvolver as atividades diárias na sede do Sindicato, Sá sempre busca o diálogo com a direção da entidade para que o trabalho flua naturalmente de forma organizada e harmônica.
Neste seu primeiro mandato à frente da entidade sindical, Sá tem buscando manter vivo o calendário
de atividade esportiva já existente, mas o desafio não é nada fácil, devido ao exaustivo trabalho realizado diariamente dentro de uma agência bancária.