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Sobre o pagamento da PLR, os negociadores da Caixa disseram que estão aguardando a divulgação do balanço e do lucro líquido da Caixa. Foto/CONTRAF/CUT

Primeira reunião de 2017 com a Caixa termina com poucos avanços

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Terminou com poucos avanços a primeira reunião de 2017 da mesa de negociação permanente, realizada nesta terça-feira 24 entre a Caixa Econômica Federal e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), assessorada pela Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE Caixa), que discutiu uma pauta extensa de reivindicações, entre elas propostas dos GTs de descomissionamentos e Caixa minuto, continuidade da reestruturação, Saúde Caixa, avaliador de penhor, agências deficitárias, agências digitais e redes de operação.

“A direção da empresa não parece ter interesse em dar atenção às demandas e pautas dos empregados e empregadas. Para a mesa de negociação, que deveria ser valorizada, a Caixa não traz evolução alguma nos assuntos. Além de cansativo, pois gera expectativa no corpo funcional, essa postura da Caixa em mesa é desrespeitosa para com os trabalhadores”, critica Wandeir Severo, representante da Fetec-CUT/CN na CEE Caixa.

“Mais preocupante é que a reunião ocorre em um momento em que aumenta o descontentamento dos empregados com as medidas arbitrárias adotadas pela direção da Caixa que tem como objetivo o desmonte da empresa e precarização das condições de trabalho”, acrescenta Wandeir, que também é diretor do Sindicato de Brasília.

Avaliadores de penhor

Os representantes dos empregados reivindicaram prazo de cinco meses para realizar pesquisas nas agências onde há penhor, com a participação dos sindicatos. Solicitaram também prorrogação do pagamento da insalubridade pelo período de realização da pesquisa.

Mas a Caixa insistiu que não há insalubridade nessas agências e ofereceu 60 dias para realizar a pesquisa e tabulação. Depois de muita insistência, aumentou o prazo para 90 dias, admitindo a possibilidade de avaliar nova prorrogação.

Cobrança de metas

Os integrantes da CEE Caixa denunciaram que as Superintendências Regionais estão enviando mensagens aos telefones dos empregados cobrando resultados e metas e que a própria direção de empresa enviou mensagem institucional aos trabalhadores. Criticou também que os sistemas do banco permitem ranquear empregados. As duas práticas violam a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária.

A Caixa nega que haja orientação da empresa para o envio de mensagens e que essa prática esteja institucionalizada. Após longo debate e pressão dos representes dos empregados, a Caixa comprometeu-se a dar orientações aos gestores para que não volte a acontecer esses descumprimentos de acordo.

Promoção por merecimento

A Comissão Executiva criticou a falta de informações por parte da Caixa sobre a promoção por merecimento e cobrou a divulgação dos números para que o movimento sindical possa verificar se as regras foram ou não cumpridas. A CEE insistiu que a Caixa apresente todos os números das promoções, reivindicou a realização de uma nova reunião do GT para tratar do assunto e cobrou ainda a resolução dos casos pendentes de erros da empresa que prejudicaram empregados.

A Caixa disse que as pendências ainda estão sendo avaliadas e pode haver ajustes, mas de forma a não prejudicar empregados e se dispôs a agendar reunião do GT para a próxima semana.

Descomissionamento

No dia 12 de janeiro, quando o banco completou 156 anos de fundação, os trabalhadores realizaram um Dia Nacional de Luta em todo o país contra os descomissionamentos sem critérios e outras situações existentes na Caixa, que favorecem o assédio moral e a desvalorização dos empregados.

Os dirigentes sindicais cobraram propostas da Caixa para os pedidos dos empregados apresentados durante o GT que tratou do descomissionamento.

A Caixa nega que tenha suspendido as incorporações administrativas e disse que há possibilidade de coibir, via MN, a retirada de função no início dos processos disciplinares e civis. Para o restante dos descomissionamentos arbitrários não houve resposta da empresa.

“Pedimos justificativa para a retirada do simulador de percentuais de incorporação do SISRH e o seu imediato retorno. A Caixa informou que o SISRH está sendo ‘descontinuado’ para ser substituído por uma nova ferramenta que não terá essa simulação, por isso se antecipou e retirou. Garante que a regra de incorporação está mantida, porém continua carecendo de autorização do diretor. Infelizmente, a Caixa não retornará a simulação ao sistema”, afirma Wandeir Severo.

Saúde Caixa

Sobre o reembolso odontológico, a Caixa informou que, devido a incapacidade de atendimento das demandas, está suspenso até fevereiro para adequação das rotinas internas e que retornará com capacidade de atendimento mais rápido já no primeiro dia do mês.

Fóruns regionais e nacional de condições de trabalho

Os representantes dos empregados solicitaram da empresa a realização de duas reuniões urgentes do fórum nacional sobre condições de trabalho, uma para debater a implantação de fóruns regionais em todo o país e outra excepcional, ampliada, para tratar especificamente da prevenção de adoecimento mental e psicológico, com participação de representantes de todas as áreas de gestão de pessoas (Gipes), representantes dos empregados e médicos da Caixa, dada a importância e urgência do assunto.

A Caixa comprometeu-se a buscar os meios de viabilizar ambas as reuniões com brevidade.

PLR

Sobre o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados, os negociadores da Caixa disseram que estão aguardando a divulgação do balanço e do lucro líquido da Caixa. Acrescentaram que não há previsão de data e se comprometeram a adiantar ao máximo o pagamento.

Rede de operações/Tesoureiros

A CEE Caixa levantou o problema da não designação efetiva de tesoureiros e dos tesoureiros que estão atuando como caixas, o que fragiliza a segurança.

A empresa afirmou que o tesoureiro pode abrir o caixa, porém de forma esporádica. E que as novas designações somente serão por minuto. Os pilotos feitos de novo modelo de rede de operações não apresentaram resultados efetivos ainda, mas está sendo expandido para mais uma cidade.

Apesar de intenso debate sobre esse tema, não houve avanços.

PDV/PAA

Os integrantes da CEE Caixa exigiram informações sobre planos de aposentadoria antecipada e de demissão voluntária.

“Lamentamos e repudiamos o fato de os empregados e empregadas estarem sendo comunicados pela grande mídia sobre as mudanças na Caixa”, diz Wandeir Severo.

Os representantes da direção disseram que a Caixa está aguardando aprovação pelo Ministério da Fazenda e por isso eles não têm informações precisas ou oficiais.

Mas afirmaram que não há previsão de PAA (Plano de Aposentadoria Antecipada), somente de PDV (Plano de Demissão Voluntária).

Sobre a reposição das vagas, questionada pelos dirigentes sindicais, os negociadores da empresa declararam que não há previsão de reposição.

Agências deficitárias

Sobre o fechamento de agências e quais os critérios para considerar uma agência deficitária, devido ao papel social das unidades, a Caixa admite que há estudos a respeito, mas que não há previsão para isso no momento. Também disseram que a empresa está desenvolvendo esforços para recuperar as agências deficitárias.

Esse foi um ponto de intensos debates, porém a empresa mostrou-se irredutível afirmando que os estudos continuarão e evoluirão.

PSI

Diante do questionamento sobre os diversos problemas gerados pela falta de PSI’s e de transparência, a Caixa afirmou que a orientação atual é que todas as funções sejam providas por PSI, mas não apresentou nada que indique o fim das travas entre áreas e avanço nas abrangências.

Reestruturação e Caixa minuto

“Cobramos que a Caixa nos repasse as informações totais sobre as reestruturações, conforme Acordo Coletivo de Trabalho e como forma de respeitar os empregados e não gerar todo o desconforto que vem gerando”, informa o representante da Fetec-CUT/CN na Comissão Executiva dos Empregados.

A Caixa disse que ela continua, apenas com mudanças de nomes e redistribuição de atribuições entre áreas, inclusive das vice-presidências.

Sobre a Caixa minuto, não houve avanços.

Verticalização e agência virtual

A Caixa apresentou os “modelos”. Houve modificação no modelo de segmentação dos clientes Pessoa Física, que agora estarão agrupados em 4 carteiras. Três carteiras serão alvo prioritário de relacionamento e uma (chamada de “gente de valor”) será voltada para o “atendimento de varejo”.

Segundo a empresa, foi alterada também a segmentação de Pessoa Jurídica de varejo, ampliando das atuais duas para quatro carteiras.

Em relação à agência digital, a Caixa pretende expandir o modelo-piloto implantado em Goiás para as Superintendências Regionais Rio Sul, Ipiranga, Brasília Norte e Campinas, devendo começar por esta última.

Fonte: Fetec-CUT/CN