POR MANOEL FAÇANHA
A Campanha Salarial deste ano começa a ser construída a partir deste mês com a consulta nacional aplicada à categoria pelos sindicatos. As perguntas do questionário foram elaboradas pela Contraf/CUT. Após a tabulação dos dados, as respostas servirão de subsídio às discussões da Conferência Nacional dos Bancários, a ser realizada na última semana do mês de julho, na cidade de São Paulo.
A consulta na base acreana começa a partir desta sexta-feira e o prazo limite para a entrega de formulários devidamente preenchidos pela categoria será o dia 15 de julho.
HISTÓRIA DE LUTAS
A história da categoria bancária no Brasil foi e vem sendo forjada à base de intensa mobilização e do poder de negociação. As mais de cem cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho bancária, uma das mais avançadas do país, não foram concedidas gentilmente pelos banqueiros, mas, sim, conquistadas pelos trabalhadores.
A primeira grande vitória veio em 1933, com a greve que conquistou redução da jornada para seis horas. Em 1951, 69 dias de paralisação garantiram 31% de reajuste. Em 1961 aconteceu a Greve da Dignidade, que rendeu, dentre outras conquistas, o fim do trabalho aos sábados.
Na década de 80, a categoria fez parte da formação da CUT, unificou a data-base nacionalmente e ainda fez a maior greve de bancários do Brasil, mobilizando cerca de 500 mil trabalhadores. Dos anos 90 para cá, destacam-se a conquista da Participação nos Lucros e Resultados e da cláusula sobre igualdade de oportunidades, arrancadas em pleno clima de retirada de direitos dos trabalhadores, durante todo o governo de Fernando Henrique.
Neste século, a PLR foi intensamente valorizada para os funcionários dos bancos públicos, que após a greve de 2003 passaram a receber o mesmo do restante da categoria.
O aumento do poder aquisitivo também vem sendo conquistado ano a ano, com reajustes salariais acima da inflação desde 2004. Também fazem parte da ampliação da renda dos trabalhadores o tíquete-refeição, a cesta-alimentação e o auxílio-creche/babá. Em 2007, uma nova conquista foi agregada a CCT da categoria: a 13ª cesta-alimentação. E, além da campanha salarial, o Sindicato negociou o pagamento de auxílio-educação nos maiores bancos (apenas o Bradesco ainda se recusa).