Decepção. Essa foi a sensação manifestada pelos dirigentes sindicais bancários ao saírem da reunião do grupo de trabalho (GT) que se propõe a analisar as causas de afastamento no trabalho. Os representantes da Fenaban não responderam nenhuma das reivindicações feita pelos trabalhadores e afirmaram que a mesa não tinha autonomia para decidir nada. “É uma falta de respeito conosco e com nosso trabalho. Estamos num fórum negocial e precisamos do retorno da Fenaban deles para as nossas reivindicações”, reclamou Walcir Previtale, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT e coordenador da mesa.
O GT foi criado graças à cláusula 62 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Sua duração é prevista até 31 de agosto de 2015. A ideia é analisar as causas dos afastamentos no setor. Porém, os banqueiros decidiram enviar a negociação de todas as reivindicações para a mesa geral de negociação. “Queremos renovar a cláusula e aprofundar o debate. Mas, não aceitaremos mais a postura dos bancos de não quererem negociar e decidir nas mesas temáticas de saúde do trabalho”, informou.
Os trabalhadores reivindicam a continuidade do Grupo de Trabalho, a criação de um fórum bipartite – organizado por Contraf-CUT e Fenaban, para aprofundar as causas de afastamentos -, e a realização de uma pesquisa nacional sobre as causas dos afastamentos no segmento de gerentes.
Dados apresentados pela Fenaban mostram que o corpo gerencial dos bancos é o mais afetado por transtornos mentais. De todo o conjunto dos bancários afastados, 56,2% são gerentes com transtornos mentais. “Fizemos propostas concretas na mesa de negociação, visando aprofundar as causas do adoecimento e afastamento no setor e a Fenaban diz apenas que não tem autonomia para dar uma resposta. Essa postura da Fenaban e dos bancos revela o total descaso que praticam com a saúde dos trabalhadores. Uma vez que esse GT foi criado exatamente para, além de analisar, propor e implementar políticas de prevenção de doenças e acidentes, buscar um ambiente de trabalho saudável para os trabalhadores do setor”, completou Walcir.
Fonte: Contraf-CUT